
Marc Verwilghen afirma que alerta europeu sobre sequestro de criança três dias antes do caso poderia indicar ação de quadrilha organizada, reforçando novas linhas de investigação sobre Christian Brueckner
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
O recente anúncio da libertação de Christian Brueckner, principal suspeito no desaparecimento de Madeleine McCann, reacendeu o interesse público sobre o caso. Paralelamente, declarações de um ex-ministro da Bélgica trouxeram novas perspectivas às investigações.
Em entrevista, Marc Verwilghen, ex-ministro da Justiça belga, revelou que, apenas três dias antes do sumiço de Madeleine em maio de 2007, autoridades belgas emitiram um alerta europeu sobre a possível ação de uma rede criminosa internacional planejando sequestrar uma criança pequena.
Com experiência nas investigações do serial killer Marc Dutroux, Verwilghen levantou a hipótese de que uma quadrilha ligada ao tráfico de menores possa ter relação direta com o desaparecimento da menina no Algarve, Portugal. “Nunca tive acesso aos arquivos de Madeleine McCann. Tudo o que posso dizer é que, assim que soube do caso, tive um déjà vu — porque me lembrou imediatamente de Dutroux. Quando se analisa o caso, é claro que é possível que Madeleine tenha sido roubada por encomenda. O alerta enviado deveria ter sido levado a sério”, afirmou.
Segundo o ex-ministro, informações de inteligência indicavam que a rede de pedofilia na Bélgica buscava uma criança três dias antes do desaparecimento. “Alguém ligado a esse grupo viu Maddie, tirou uma foto dela e enviou à Bélgica. O comprador concordou que a garota era adequada e Maddie foi levada”, detalhou.
Verwilghen também criticou a abordagem limitada das investigações da época, centradas em Dutroux como agente isolado, quando na verdade redes de tráfico de crianças operavam na Europa. “Essas redes existiam para gerar dinheiro. Podiam ser informais, uma pessoa lidando com outra, mas elas existiam”, disse.
Marc Dutroux, condenado por sequestrar, estuprar e assassinar meninas nos anos 1990, permanece preso desde 1996, levantando questões sobre possíveis conexões com redes europeias de tráfico sexual infantil.
No contexto atual, autoridades investigam se o sequestro de Madeleine foi orquestrado por um grupo organizado, desafiando a narrativa de um sequestrador solitário. Uma fonte próxima à investigação alemã afirmou: “A polícia leva a sério as alegações surgidas na Bélgica. Eles acreditam que não há como quem a sequestrou estar agindo sozinho — isso não faria sentido”.
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