Milhares de manifestantes de direita se reúnem na Avenida Paulista, em São Paulo, neste 7 de setembro. Foto: Sebastião Moreira.
Discurso de líderes do PL e participação de autoridades marcam protesto em São Paulo; manifestações também acontecem no Rio, Curitiba, Belo Horizonte e Brasília
Manifestantes bolsonaristas se reuniram na tarde deste domingo (7) na Avenida Paulista, em São Paulo, em um ato de apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), reivindicando a anistia para ele e para os demais condenados no processo do 8 de janeiro, em defesa da democracia e da liberdade política.
Organizado pelo pastor Silas Malafaia, aliado de Bolsonaro, o protesto reuniu apoiadores nas imediações do MASP, muitos deles com símbolos característicos do bolsonarismo, como bandeiras de Israel e referências à cabeleireira Débora Rodrigues, condenada injustamente, por participação em protestos de 2023.
Diferente de anos anteriores, a manifestação deste ano contou com faixas e cartazes em inglês e italiano, como “SOS Trump, Bolsonaro Free” e “Libertà per Zambelli / Freedom for Zambelli”, em apoio à deputada Carla Zambelli, atualmente presa na Itália. Camisas da seleção brasileira se misturaram a roupas com as cores da bandeira dos Estados Unidos, reforçando a visibilidade internacional do movimento.
Manifestantes na Avenida Paulista, em São Paulo, neste domingo (7). Foto: GABRIEL SILVA
O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, abriu os discursos ao lado de Renato Bolsonaro, irmão de Jair Bolsonaro, que anunciou candidatura à Câmara dos Deputados em 2026.
“Não existe plano B. O nosso coração já tem candidato, e o nome dele é Jair Bolsonaro. A anistia precisa ser pautada, porque temos o maior número de votos. Qualquer cidadão em uma democracia tem direito a um segundo julgamento. Por isso, vamos falar bem alto para o Congresso Nacional: anistia já”, declarou Valdemar, destacando o apoio popular ao ex-presidente.
Manifestantes exibem bandeiras dos EUA, Israel e Brasil na Paulista no 7 de Setembro. Foto: Sebastião Moreira.
Atualmente, os oito integrantes do núcleo central do processo por suposta tentativa de golpe estão sendo julgados na Primeira Turma do STF, o que motivou críticas de apoiadores ao relator do caso, ministro Alexandre de Moraes.
Bolsonaro, cumprindo prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, não participou do protesto, assim como seu filho, Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos.
Na manhã de domingo, Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Silas Malafaia organizaram ato na orla de Copacabana, no Rio de Janeiro, reunindo apoiadores que criticaram o STF. “O ministro Alexandre de Moraes está dando uma segunda facada no ex-presidente. É farsa e teatro”, disse Flávio.
Pastor Silas Malafaia, presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e o líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante. Foto: Reprodução.
Após o ato no Rio, Malafaia seguiu em jato particular para a Paulista, acompanhado da esposa, pastora Elizete Malafaia, e do deputado Sostenes Cavalcante (PL).
Em São Paulo, discursos também foram realizados pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, presidente nacional do PL Mulher.
Michele Bolsonaro na manifestação na avenida Paulista neste domingo (7). Foto: Reprodução.
Outros governadores presentes ou confirmados incluem Romeu Zema (Novo-MG) e Jorginho Mello (PL-SC), além de deputados como Nikolas Ferreira (MG) e Sostenes Cavalcante (RJ).
Além de São Paulo e Rio, atos bolsonaristas ocorreram em Curitiba, Belo Horizonte e Brasília, reunindo milhares de apoiadores.
Em Brasília, milhares se reúnem na Funarte no 7 de Setembro; atos ocorrem em quase 100 cidades no Brasil e no exterior. Foto: Aline Rechmann.
Paralelamente, cresce a pressão no Congresso por um projeto de anistia, com Tarcísio Freitas atuando como um dos principais articuladores junto aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
A fase final do julgamento do processo por suposta tentativa de golpe está prevista para começar na terça-feira (9), quando os ministros da Primeira Turma do STF darão início à votação. A expectativa entre os apoiadores é que a decisão reconheça injustiças cometidas durante o processo.
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