
Ministro relator fez anotações e evitou intervenções na fase oral; retomada da sessão está marcada para terça-feira (9), quando apresentará seu voto
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou nesta quarta-feira (4) a primeira semana do julgamento do núcleo 1 do processo que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, chamou atenção pela postura discreta: após uma fala inicial, limitou-se a ouvir os advogados e a registrar anotações, sem intervir nas sustentações orais.
Na abertura da sessão, Moraes afirmou que “a impunidade não deixa espaço para a pacificação”, destacou que “a soberania nacional jamais será negociada” e reforçou que “a imparcialidade do Supremo não será abalada por tentativas de obstrução”. Em seguida, apresentou o relatório do processo, que resgatou provas e depoimentos colhidos ao longo da investigação.
Diferente do que ocorreu na fase de instrução, em que protagonizou debates acalorados com advogados e testemunhas, Moraes permaneceu em silêncio durante quase todo o julgamento. Apenas em tom de brincadeira fez uma breve intervenção, ao comentar a fala do advogado Andrew Farias, defensor do ex-ministro da Defesa Paulo Sérgio Nogueira.
Além de Moraes, apenas o ministro Cristiano Zanin — que preside a Primeira Turma — também não fez questionamentos às defesas. Já os ministros Luiz Fux e Flávio Dino pediram esclarecimentos com frequência, e a ministra Cármen Lúcia fez duas intervenções, uma delas corrigindo a confusão feita por um advogado entre “voto impresso” e “voto auditável”.
Em boa parte da sessão, Moraes foi visto alternando a atenção entre as falas e uma pilha de anotações em sua mesa.
O julgamento será retomado na próxima terça-feira (9), quando o relator apresentará seu voto, que deve ser detalhado e tratar especificamente das acusações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
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