Mudança climática ameaça saúde e pode empurrar 5,9 milhões de crianças para a pobreza na América Latina

Foto: internet
Relatório da ONU alerta que o Nordeste do Brasil está entre as áreas mais vulneráveis; secas, enchentes e ondas de calor afetam nutrição, desenvolvimento cognitivo e aumentam riscos de doenças
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

As consequências das mudanças climáticas podem ser devastadoras para as novas gerações na América Latina e no Caribe. Segundo relatório da Cepal e do Unicef, cerca de 5,9 milhões de crianças e jovens da região, incluindo o Brasil, podem cair na pobreza até 2030 devido ao agravamento de secas, enchentes, ciclones e ondas de calor. O documento alerta que, sem medidas urgentes de mitigação e adaptação, esse número pode triplicar, chegando a 17,9 milhões de pessoas com menos de 25 anos.

Nordeste do Brasil no epicentro da crise

O estudo destaca o Nordeste brasileiro como um dos pontos críticos de maior vulnerabilidade climática, ao lado do “corredor seco” da América Central e partes do Cone Sul. Nessas áreas, a instabilidade climática já compromete meios de subsistência, produção agrícola e acesso a água potável, ampliando desigualdades sociais.

Prejuízos diretos à saúde infantil

O impacto vai além da pobreza: os efeitos na saúde humana são alarmantes. Crianças e adolescentes são os mais expostos a doenças respiratórias causadas por ondas de calor, desnutrição e atraso no desenvolvimento cognitivo por falta de alimentos e água de qualidade, além da maior da vulnerabilidade a diarreias, infecções e problemas de saúde mental.

O relatório mostra que apenas 3,4% do financiamento climático multilateral é direcionado a serviços essenciais para crianças, como saúde, nutrição, água e saneamento. Essa falha agrava ainda mais o ciclo de desigualdade e compromete os mil primeiros dias de vida, considerados determinantes para o futuro de cada criança.

Educação e adaptação como saída

Além dos riscos imediatos, a crise climática prejudica o acesso à educação — escolas destruídas por enchentes ou fechadas por extremos climáticos são cada vez mais comuns. O Unicef defende a inclusão da educação ambiental nos currículos escolares, capacitando crianças e jovens para se tornarem protagonistas na adaptação e combate à crise climática.

Desafio continental

No total, 18 países da região foram analisados, incluindo Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Colômbia, México, Peru, Venezuela e nações da América Central. Juntos, abrigam 95% da população dos 33 Estados-membros da Cepal. O relatório enfatiza que, sem financiamento climático robusto e priorização da infância nas políticas públicas, os danos sociais e de saúde serão irreversíveis.

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