
Três suspeitos já estão sob custódia, três permanecem foragidos, e investigação confirma execução planejada contra Ruy Ferraz
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A investigação sobre o assassinato do ex-delegado-geral da Polícia Civil de São Paulo, Ruy Ferraz Fontes, de 63 anos, trouxe à tona um esquema criminoso articulado pelo Primeiro Comando da Capital (PCC). Até agora, seis suspeitos foram identificados, sendo três presos e três ainda foragidos.
Segundo a Secretaria de Segurança Pública, cada suspeito tinha uma função definida dentro da operação, reforçando o caráter profissional e calculado do ataque, que teve como motivação a trajetória de Ferraz no combate ao crime organizado.
Presos
Dahesly Oliveira Pires, 25 anos
• Função: responsável por transportar um dos fuzis usados na execução, de Praia Grande até o ABC Paulista.
• Histórico: possui passagem por tráfico de drogas.
• Investigação: recebeu pagamento via Pix, feito de uma conta em nome do filho de 10 anos de outro suspeito.
• Importância: garantiu a movimentação da arma central do crime, considerada peça-chave no caso.
Luiz Henrique Santos Batista, o “Fofão”
• Ligação com o PCC: integrante ativo, conhecido no tráfico da Baixada Santista.
• Função no crime: atuou na logística da operação, organizando transporte, comunicação e apoio.
• Destaque: não atirou, mas sabia de todo o plano e foi apontado como elo estratégico do PCC.
Rafael Marcell Dias Simões, 42 anos
• Função: acusado de dar suporte à fuga e colaborar no deslocamento dos criminosos após a emboscada.
• Situação: se apresentou à polícia em São Vicente após ter a prisão decretada.
• Investigação: não executou diretamente, mas foi considerado peça intermediária essencial para o sucesso da ação.
Foragidos
Felipe Avelino da Silva, o “Mascherano”
• Posição no PCC: exerce a função de “disciplina”, responsável por impor regras e punições dentro da facção.
• Função no crime: apontado como um dos atiradores que dispararam contra o carro de Ferraz.
• Histórico: possui trajetória consolidada dentro da facção, considerado altamente perigoso.
Flávio Henrique Ferreira de Souza
• Função no crime: executor direto dos disparos de fuzil, ao lado de Mascherano.
• Perfil: criminoso com extenso histórico policial, envolvido em delitos graves.
• Importância: foi identificado pela SSP como peça central da execução.
Luiz Antônio Rodrigues de Miranda
• Função: responsável por organizar o transporte das armas utilizadas no ataque.
• Ligação financeira: teria usado o filho de 10 anos como “laranja” em uma conta bancária para receber pagamentos via Pix.
• Investigação: suspeito também de ter dirigido um dos veículos usados no crime.
Dinâmica da execução
O crime ocorreu na noite de 15 de setembro. Ruy Ferraz havia acabado de sair da Secretaria de Administração de Praia Grande quando foi seguido e atacado por criminosos armados com fuzis.
O carro do delegado foi alvejado com dezenas de disparos. Ele tentou escapar, mas perdeu o controle e bateu contra um ônibus. Após a execução, os criminosos incendiaram o veículo de fuga, numa típica prática usada pelo PCC para eliminar vestígios.
Histórico de confronto com o PCC
Ruy Ferraz ficou conhecido por ser um dos pioneiros nas investigações contra o PCC no início dos anos 2000. Ele participou do indiciamento da cúpula da facção em 2006, incluindo o líder Marcola.
Desde então, era considerado um dos principais inimigos do PCC e estava jurado de morte. Em 2023, após sofrer um assalto, chegou a declarar que se sentia vulnerável, afirmando: “Eu combati esses caras durante tantos anos e agora eles sabem onde moro.”
Autoridades confirmam envolvimento da facção
O secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, afirmou que “não há dúvidas de que o PCC está por trás do crime”. O secretário-executivo da pasta, Osvaldo Nico, declarou que Ferraz estava sendo “caçado” pela facção.
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, classificou a execução como “covarde”, enquanto o promotor Lincoln Gakiya chamou o ataque de “bárbaro”, reforçando que se trata de uma clara retaliação do crime organizado.
Conclusão
O caso de Ruy Ferraz demonstra que o PCC mantém capacidade de ação estruturada, com logística, armamento de guerra e disciplina interna. A morte do delegado, jurado de morte desde 2006, escancara a permanência da facção como força criminosa articulada e desafia as autoridades a intensificarem o combate ao crime organizado.
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