
O desastre natural agrava a crise humanitária no leste do Afeganistão, onde socorristas lutam para alcançar áreas isoladas
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Um terremoto de magnitude 6 atingiu o leste do Afeganistão neste domingo (31), provocando uma tragédia de grandes proporções: mais de 800 pessoas morreram e ao menos 2.800 ficaram feridas, segundo o Ministério do Interior afegão, controlado pelo Talibã. O tremor ocorreu próximo à superfície, a apenas oito quilômetros de profundidade, o que, segundo especialistas, contribuiu para a devastação em áreas densamente povoadas e com construções frágeis.
As províncias montanhosas de Nangarhar, Nuristão, Laghman e Kunar foram as mais afetadas, com Kunar registrando a maior parte das vítimas. Lá, deslizamentos de terra e inundações destruíram aldeias inteiras, arrasando ao menos três comunidades. As construções locais, muitas feitas de barro e tijolos, não resistiram ao impacto, e o terreno íngreme dificultou o acesso das equipes de resgate.
O terremoto ocorreu durante a noite de sábado (30), e os primeiros socorristas foram acionados para atender a múltiplas ocorrências de desabamentos e ferimentos graves. Uma testemunha relatou que algumas crianças participavam de brincadeiras nas ruas quando os tremores começaram, mas não há detalhes se houve vítimas entre elas. Helicópteros foram usados para transportar os feridos, enquanto moradores locais ajudavam soldados e médicos a retirar pessoas dos escombros e da lama.
O epicentro do abalo foi registrado próximo à cidade de Jalalabad, capital de Nangarhar, próximo à fronteira com o Paquistão e limitando com Kunar. Além do primeiro tremor, outros cinco abalos secundários foram sentidos a centenas de quilômetros, ampliando o pânico entre a população.
Até o momento, mais de 610 mortes foram confirmadas em Kunar, e 12 em Nangarhar. Equipes militares e civis estão realizando operações de resgate contínuas, e 420 pessoas já foram transportadas em 40 voos para receber atendimento médico. No entanto, autoridades alertam que o número de vítimas pode aumentar à medida que áreas remotas sejam alcançadas.
O terremoto ocorre em um contexto de crises humanitárias persistentes no Afeganistão, que sofre com pobreza, isolamento e infraestrutura precária, tornando a resposta de emergência ainda mais desafiadora. Apesar da gravidade, até o momento nenhum governo estrangeiro ofereceu apoio direto às operações de resgate.
O Afeganistão é uma região propensa a terremotos, especialmente na cordilheira do Hindu Kush, onde as placas tectônicas indiana e eurasiática se encontram. O país vive sob o controle do Talibã desde agosto de 2021, regime que, além de sua política extremista, enfrenta dificuldades em mobilizar recursos humanitários em larga escala.
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