
Ruth Miller, de 40 anos, teria agido sob uma suposta “ordem divina” após a morte misteriosa do marido; caso levanta debate sobre saúde mental e fé
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
A pacata comunidade Amish de Millersburg, no condado de Tuscarawas, Ohio, foi abalada por um episódio devastador que resultou na morte do pequeno Vincen, de apenas quatro anos. A mãe da criança, Ruth Miller, de 40 anos, foi indiciada por homicídio qualificado e outras acusações graves após confessar que afogou o filho no lago Atwood, alegando estar cumprindo um comando divino.
O crime aconteceu poucas horas depois do desaparecimento de seu marido, Marcus J. Miller, de 45 anos, que havia se lançado nas águas do lago durante a madrugada em um ato descrito pelo casal como uma “prova espiritual”. Marcus não voltou à superfície e foi encontrado morto no dia seguinte.
Segundo as investigações, após a tragédia com o marido, Ruth levou o menino até o cais em um carrinho de golfe e o afogou, afirmando mais tarde à polícia que desejava “entregá-lo a Deus”. Em seguida, tentou provocar outro acidente, dirigindo o carrinho com seus três filhos mais velhos — uma adolescente de 15 anos e gêmeos de 18 — em direção a uma parede do lago. Os jovens, entretanto, conseguiram escapar e evitaram uma nova tragédia.
Quando abordada pelas autoridades, Ruth apresentava comportamento perturbado, falava de forma desconexa sobre milagres e chegou a afirmar que havia recebido instruções divinas para ser engolida por um peixe.
Indiciamento e defesa
Ruth Miller foi formalmente acusada nesta segunda-feira (8) de homicídio qualificado e simples, agressão grave, exposição de menores a perigo e violência doméstica.
Seu advogado, Ian N. Friedman, sustenta que ela sofre de uma grave doença mental que a impede de compreender a ilegalidade de suas ações, pedindo a avaliação de insanidade como defesa.
O juiz Michael J. Ernest determinou sua permanência na prisão até a audiência sobre fiança, marcada para 25 de setembro. Se condenada, Ruth pode enfrentar prisão perpétua, com possibilidade de liberdade condicional apenas após 20 anos.
Repercussão na comunidade Amish
A Igreja Amish da Velha Ordem emitiu nota pública repudiando o ocorrido e reforçando que atos violentos contrariam os princípios de paz e humildade da fé cristã que professam. Representantes religiosos informaram ainda que o casal vinha recebendo acompanhamento espiritual e havia buscado ajuda profissional antes da tragédia.
O caso, que mistura tragédia familiar, fé e possíveis transtornos mentais, segue sob investigação e gera intensa comoção na comunidade Amish e em todo o estado de Ohio.
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