
Ecstasy chegou em 1995; já a chamada “cocaína rosa” foi identificada pela primeira vez em 2021 no Distrito Federal
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O Sistema de Alerta Rápido sobre Drogas (SAR), ligado ao Governo Federal, confirmou a entrada de três novas drogas sintéticas no Brasil. O anúncio foi feito em boletim divulgado na última quinta-feira (12), e acendeu o alerta sobre os riscos do consumo dessas substâncias, que vêm sendo utilizadas em diferentes formatos e misturas químicas.
As autoridades informaram que duas das drogas estavam presentes em um produto industrializado estrangeiro chamado Magic Mushroom Gummies, da marca TRE House, enquanto a terceira se trata do N-pirrolidino protonitazeno, um opioide sintético da classe dos nitazenos, comercializado em comprimidos. O Ministério da Justiça e Segurança Pública destacou a rapidez da inclusão dessas substâncias no controle nacional — o processo levou apenas 19 dias após a notificação oficial.
Ecstasy: a primeira droga sintética identificada no país
O ecstasy, cujo nome químico é MDMA, chegou oficialmente ao Brasil em 1995. Psiquiatras foram os primeiros a identificar a substância ao atender pacientes que sofreram efeitos adversos relacionados ao seu uso. A droga já era conhecida internacionalmente desde os anos 1980, especialmente nos Estados Unidos e na Europa, onde se popularizou em festas e ambientes noturnos.
A chamada “cocaína rosa”
Apesar do apelido, a “cocaína rosa” não tem relação direta com a cocaína tradicional. Originalmente, o nome era usado para designar a substância sintética 2C-B, desenvolvida na década de 1970 e com efeitos semelhantes ao LSD e ao ecstasy.
No entanto, análises recentes revelam que a droga vendida atualmente no Brasil sob esse nome é, na verdade, uma mistura que combina cetamina (anestésico de uso hospitalar), MDMA e cafeína. O primeiro registro oficial da circulação dessa substância no país ocorreu em 2021, no Distrito Federal, quando investigadores da Coordenação de Repressão às Drogas (CORD) apreenderam porções do entorpecente, que era comercializado a preços elevados em pontos estratégicos da capital.
Novos desafios
Especialistas em saúde e segurança pública alertam que a rápida disseminação de drogas sintéticas e suas variações representa um desafio crescente para o sistema de saúde. O consumo dessas substâncias pode causar efeitos imprevisíveis e, em alguns casos, letais, principalmente pela dificuldade de identificar com precisão sua composição.
- Leia mais:
Faça um comentário