Verão Europeu de 2025 registra 16,5 mil mortes atribuídas ao calor intenso

Foto: Rasid Necati Aslim/Anadolu Agency via Getty Images
Estudo aponta que o aquecimento global triplicou o número de mortes relacionadas ao calor, com Roma, Atenas e Paris entre as cidades mais afetadas
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

O verão europeu de 2025 foi marcado por temperaturas extremas que, segundo um estudo preliminar do Imperial College London e da Escola de Higiene e Medicina Tropical de Londres, resultaram em aproximadamente 16,5 mil mortes diretamente ligadas ao calor em 854 cidades do continente. Roma, Atenas e Paris foram as capitais mais impactadas, e a maior parte das vítimas tinha 65 anos ou mais, evidenciando a vulnerabilidade dos idosos diante de ondas de calor intensas.

Pesquisadores observaram que as temperaturas médias entre junho e agosto ficaram 2,2 °C acima do normal, um aumento atribuído ao aquecimento global decorrente da queima de combustíveis fósseis. Com base em modelos climáticos e dados históricos de mortalidade, a equipe estimou que houve cerca de 24,4 mil mortes em excesso nesse período, das quais quase 70% poderiam ser ligadas diretamente às mudanças climáticas induzidas pelo homem.

As cidades mais afetadas foram Roma (835 mortes), Atenas (630) e Paris (409). A maior parte das vítimas eram idosos, reforçando que as ondas de calor representam um risco particularmente grave para essa faixa etária.

Embora os números ainda não sejam oficiais, os cientistas destacam que as estimativas seguem metodologias consistentes com pesquisas revisadas por pares. Estudos anteriores, como os publicados na Nature Medicine e pela revista GALILEU, já haviam alertado para o aumento crescente das mortes por calor extremo na Europa, prevendo que esses números podem se multiplicar nas próximas décadas.

Para a climatologista Friederike Otto, coautora do estudo, os dados indicam uma tendência preocupante: “Mesmo sem estatísticas em tempo real, podemos afirmar que o impacto do calor extremo é significativo e crescente”. O epidemiologista Garyfallos Konstantinoudis reforça: “Um aumento de apenas 2 a 4 °C durante uma onda de calor pode significar a diferença entre a vida e a morte para milhares de pessoas. As ondas de calor são verdadeiros assassinos silenciosos”.

Especialistas alertam que este foi o quarto verão mais quente já registrado na Europa e que, caso as emissões de gases de efeito estufa não sejam reduzidas drasticamente, episódios extremos como este deverão se tornar cada vez mais frequentes e letais.

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