Zambelli se defende na CCJ: “Não estou foragida, estou exilada”

Presa na Itália, deputada rebate acusações, critica Moraes e nega ter financiado hacker

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A deputada federal licenciada Carla Zambelli (PL-SP) prestou depoimento nesta quarta-feira (24) à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, em processo que pode levar à cassação de seu mandato. O depoimento foi realizado por videoconferência, enquanto a parlamentar segue detida na Itália, aguardando decisão sobre pedido de extradição.

A parlamentar começou sua fala de defesa afirmando:

“Eu não estou foragida, estou exilada. Estou em prisão administrativa, não por um crime que cometi aqui na Itália. Respondo a um processo para saber se foi justo ou injusto, assim como a CCJ está fazendo agora. (…) Estou tranquila por saber que em breve não estarei mais presa, estarei em liberdade.”

Zambelli também criticou o ministro Alexandre de Moraes (STF), dizendo que ele tem uma “obsessão” por ela, e reforçou a confiança na justiça italiana:

“Eu confio na justiça italiana. A Itália é minha esperança agora. Vim para um lugar onde eu sei que eu sou cidadã italiana e não tem porque eu fugir.”

Durante o depoimento, a deputada detalhou sua relação com o hacker Walter Delgatti, negando ter financiado diretamente o trabalho dele:

“Dentro do processo e do relatório da Polícia Federal, está muito claro que eu não dei dinheiro nenhum a ele. O único valor que, indireta e teoricamente, ele teria recebido de mim foi de 3 mil reais, porque, na verdade, eu contratava uma empresa de divulgação de mandato, como vários dos senhores devem fazer, e ele, o Jean, subcontratou o Walter Delgatti para poder fazer esse link do site com as redes sociais. Então, eu não tive nenhuma contratação direta com o Walter Delgatti.”

Zambelli explicou que o contrato previa pagamento de R$ 10 mil, mas que apenas R$ 3 mil foram pagos, já que Delgatti não teria cumprido o serviço:

“Tentei dar a ele uma oportunidade. Se vocês forem ver, isso era uma oportunidade de trabalho, mas ele não cumpriu. Ele teve acesso às minhas senhas para tentar fazer isso com o site, mas ele não cumpriu. E, por não cumprir — o contrato era de 10 mil reais —, por isso, não foram pagos os outros 7 mil reais.”

O processo na CCJ está sob relatoria do deputado Diego Garcia (Republicanos-PR). Antes de Zambelli, o colegiado ouviu Walter Delgatti e o perito Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes no TSE. Após o depoimento, o relator deve apresentar parecer, que será votado na comissão e, posteriormente, no plenário da Câmara.

Zambelli está licenciada do mandato desde que obteve autorização de 127 dias concedida pelo presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB). Sua vaga é ocupada temporariamente pelo suplente Coronel Tadeu (PL-SP).

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