
O ex-deputado assume cargo estratégico no Paraná e articula candidatura em 2026, enquanto o partido reabilita figuras marcadas por escândalos da Lava Jato
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O PT volta a abrir espaço para nomes marcados pela Lava Jato. O ex-deputado federal André Vargas, primeiro político condenado na operação, retorna à cena pública e agora ocupa o cargo de secretário-geral do partido no Paraná, a mesma legenda que teve seu principal líder, Luiz Inácio Lula da Silva, preso temporariamente no âmbito da Lava Jato.
A reabilitação de Vargas é vista como um gesto político calculado do PT, que tenta reconstruir narrativas e normalizar a presença de figuras associadas aos maiores escândalos de corrupção da história recente. Condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, o ex-deputado articula seu retorno às urnas e se coloca como pré-candidato para as eleições de 2026.
Nos bastidores, Vargas tem se movimentado especialmente na região norte do Paraná, seu antigo reduto eleitoral, e deve comandar a organização das chapas petistas no estado. O movimento é interpretado como parte da estratégia do partido de reocupar espaços e testar a memória do eleitorado, mesmo com nomes manchados pela Lava Jato.
A trajetória de André Vargas é um dos maiores símbolos do colapso ético do PT durante a Lava Jato. Em 2014, após vir à tona sua ligação com o doleiro Alberto Youssef, ele se viu forçado a deixar o partido e renunciar à vice-presidência da Câmara dos Deputados.
No ano seguinte, foi preso e condenado por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, acumulando mais de 24 anos de pena em processos que expuseram a extensão do esquema de corrupção envolvendo quadros petistas.
Libertado em outubro de 2018, após cumprir apenas parte da pena, Vargas manteve-se afastado da política, enquanto seus processos seguiam em revisão na Justiça. Agora, tenta reaparecer no cenário público, em uma movimentação vista por muitos como uma tentativa de reabilitação política após condenações por corrupção.
O retorno do ex-deputado ao comando partidário no Paraná expõe a estratégia do PT de reintegrar figuras envolvidas em escândalos passados, reacendendo o debate sobre impunidade, seletividade judicial e memória da Lava Jato.
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