Brasil amplia ações para o tratamento e prevenção da obesidade

Foto: internet
Rede pública investe em diagnóstico precoce, qualificação profissional e políticas intersetoriais para enfrentar um problema que vai muito além da balança
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

A obesidade, reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como uma epidemia global, é um dos maiores desafios de saúde pública no Brasil. Complexa e multifatorial, ela não pode ser reduzida a uma escolha individual. Diante do aumento expressivo dos casos no país, o Sistema Único de Saúde (SUS) tem ampliado suas ações de prevenção e cuidado, investindo em qualificação profissional, vigilância nutricional e integração entre ministérios para enfrentar as causas estruturais da doença.

“Cuidar da obesidade é cuidar das condições de vida dos brasileiros” — destaca Kelly Alves, coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde.

Obesidade: um problema que vai além da balança

Durante muito tempo, a obesidade foi tratada apenas como resultado de uma má alimentação e da falta de atividade física. Hoje, sabe-se que ela é fruto de uma combinação complexa de fatores biológicos, genéticos, sociais e econômicos, além de desigualdades de acesso à alimentação saudável e ao lazer.

Segundo o Ministério da Saúde, a doença é considerada crônica e multifatorial, exigindo ações integradas que vão desde a prevenção até o acompanhamento clínico contínuo.

Ações do SUS para prevenção e tratamento

Desde 2006, o Ministério da Saúde tem fortalecido as ações de enfrentamento à obesidade, especialmente na Atenção Primária à Saúde (APS) — a porta de entrada do SUS. Entre as iniciativas estão:

✅ Repasses de incentivos financeiros aos estados e municípios;
✅ Cursos de capacitação e qualificação de profissionais;
✅ Ampliação da vigilância alimentar e nutricional;
✅ Promoção da alimentação saudável e das práticas corporais;
✅ Apoio técnico para diagnóstico e assistência;
✅ Parcerias intersetoriais que atacam os determinantes sociais da doença.

Em 2022, foram realizados 187,4 milhões de atendimentos na atenção primária, com 6,2 milhões voltados à obesidade. Em 2023, o número subiu para 230,2 milhões, sendo 7,7 milhões relacionados à doença. Já em 2024, o SUS atingiu 240,1 milhões de assistências, das quais 7,8 milhões focaram no excesso de peso.

Os atendimentos hospitalares e ambulatoriais também aumentaram significativamente: de 83.541 em 2023 para 126.377 em 2024. O número de brasileiros acompanhados quanto a peso e altura também cresceu, passando de 45,6 milhões em 2022 para 59,2 milhões em 2024 — um avanço na vigilância nutricional.

“Não é falta de força de vontade, é falta de acesso”, diz especialista

Para Kelly Alves, coordenadora-geral de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, é essencial combater o estigma em torno da obesidade e entender o problema de forma sistêmica.

“Essa questão está ligada às condições de vida da população e às possibilidades reais de fazer escolhas saudáveis. Ainda enfrentamos barreiras estruturais, como a falta de tempo e o preço dos alimentos ultraprocessados, o que mostra que não se trata de falta de força de vontade”, alerta.

Políticas integradas para um combate efetivo

O enfrentamento à obesidade depende da articulação entre ministérios e programas. O Ministério da Saúde atua em parceria com:

  • O Ministério da Educação, por meio do Programa Saúde na Escola;

  • O Ministério do Desenvolvimento Social, via Programa Bolsa Família;

  • O Ministério do Desenvolvimento Agrário e da Agricultura, fortalecendo a agricultura familiar e agroecológica;

  • E o Ministério da Fazenda, com propostas para reduzir impostos sobre alimentos saudáveis.

Além disso, o cofinanciamento federal garante recursos para os municípios ampliarem a oferta de serviços. Iniciativas como o Novo PAC Saúde e o programa “Agora Tem Especialistas” aumentam o número de unidades e equipes de saúde, facilitando o diagnóstico precoce e o acompanhamento nutricional.

Educação alimentar e incentivo à amamentação

O SUS também aposta em ações educativas baseadas nos Guias Alimentares para a População Brasileira e no Guia de Atividade Física. Uma das estratégias mais eficazes é a Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil (EAAB), que incentiva o aleitamento materno e a alimentação complementar saudável nos primeiros dois anos de vida.

“Investir em prevenção é o caminho mais eficaz. Cuidar da obesidade é cuidar de toda a rede de determinantes sociais que influenciam a saúde dos brasileiros”, reforça Alves.

Com a ampliação da cobertura da Atenção Primária e o fortalecimento das políticas públicas integradas, o Brasil avança no enfrentamento de uma condição que exige cuidado contínuo, empatia e compromisso coletivo.

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