
Conferência Plastic Reboot, realizada em Salvador, reúne 15 países e marca avanço nas negociações para um acordo internacional voltado à redução do plástico descartável
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
A cidade de Salvador (BA) se tornou, nesta semana, o centro das discussões globais sobre a poluição por plásticos. A primeira Conferência Anual Plastic Reboot, que acontece até esta quinta-feira (24), reúne representantes de 15 países, especialistas e organizações internacionais com o objetivo de traçar estratégias conjuntas para combater a crise mundial causada pelo excesso de resíduos plásticos.
Organizado pelo Governo do Brasil em parceria com o Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF), o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), o evento busca acelerar a transição para uma economia circular, baseada em produção sustentável e reutilização de materiais.
Atualmente, 36% dos resíduos plásticos que chegam aos oceanos vêm de embalagens, e o impacto ambiental atinge escala global — de praias brasileiras ao arquipélago das Maldivas, passando por regiões remotas da Antártica.
Economia e meio ambiente caminhando juntos
Com orçamento de US$ 108 milhões, o programa Plastic Reboot adota uma abordagem de ciclo de vida, que acompanha o impacto dos plásticos desde a produção até o descarte. Segundo estimativas do PNUMA, medidas sustentáveis podem gerar economia anual de até US$ 70 bilhões em despesas governamentais e evitar prejuízos ambientais e sociais de US$ 4,5 trilhões até 2040.
“A meta é repensar completamente a forma como produzimos, consumimos e descartamos plásticos”, destacou Carlos Manuel Rodríguez, diretor-executivo do GEF. Já Inger Andersen, diretora do PNUMA, reforçou que “chegou o momento de transformar compromissos em resultados concretos”.
Ações e compromissos
Entre os temas debatidos estão políticas regulatórias, inovações tecnológicas, gestão de resíduos sólidos e a criação de mecanismos de incentivo, como a Responsabilidade Estendida do Produtor (REP) — que estimula empresas a desenvolver produtos reutilizáveis e recicláveis.
Países como Índia, Peru e Nigéria já implementam projetos-piloto inspirados nesse modelo, e a expectativa é que as boas práticas sejam ampliadas globalmente com apoio financeiro e técnico do GEF e do PNUMA.
De acordo com estimativas das Nações Unidas, cerca de 12 milhões de toneladas de plástico chegam aos oceanos todos os anos, o que equivale ao despejo de um caminhão de lixo por minuto. A meta da conferência é estabelecer um roteiro internacional para eliminar gradualmente as embalagens plásticas descartáveis e promover cadeias produtivas mais limpas e sustentáveis.
Brasil como protagonista
O encontro em Salvador reforça o papel do Brasil como articulador em temas de sustentabilidade e saúde ambiental. A poluição por plásticos afeta diretamente a qualidade da água, dos alimentos e da saúde humana, devido à presença crescente de microplásticos nos ecossistemas e na cadeia alimentar.
A conferência também abre caminho para um novo acordo internacional sobre o plástico, previsto para ser formalizado em 2026, que deverá definir metas de redução, substituição e reciclagem obrigatórias para governos e empresas.
Saúde, meio ambiente e futuro caminham juntos.
Reduzir a poluição por plásticos é mais do que preservar oceanos — é proteger a vida no planeta e garantir qualidade de vida para as próximas gerações.
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