Com medida da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), ingredientes usados em unhas artificiais ficam proibidos e salões têm 90 dias para se adequar
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
A Anvisa aprovou nesta quarta-feira (29/10) uma resolução que proíbe o uso de duas substâncias químicas amplamente empregadas em cosméticos, esmaltes em gel e produtos de unhas artificiais: óxido de difenil (2,4,6-trimetilbenzol) fosfina, mais conhecido como TPO, e N,N-dimetil-p-toluidina (ou DMPT/DMTA — dimetiltolilamina).
O motivo: estudos internacionais apontam que o DMPT pode causar câncer em humanos e o TPO foi classificado como tóxico para a reprodução humana, com possíveis impactos sobre a fertilidade. A resolução da Anvisa dá imediata proibição para novos registros, importação ou fabricação de produtos com essas substâncias; os salões e o comércio têm até 90 dias para encerrar a venda ou uso dos produtos já no mercado. Após esse prazo, todos os registros desses itens serão cancelados.
Por que a medida importa
A proibição da Anvisa atinge diretamente produtos utilizados por manicures e pedicures — e também os consumidores —, uma vez que esmaltações em gel que usam luz UV/LED normalmente utilizam fotoiniciadores como o TPO para curar ou endurecer a resina. Profissionais do setor, que têm exposição repetida, estão entre os mais vulneráveis, segundo a agência. A medida também busca alinhar o Brasil aos padrões da União Europeia, que já proibiu essas substâncias em cosméticos.
Para o grande público, o impacto vai além: além de questões de saúde, salões deverão readequar fornecedores, verificar fórmulas e adaptar estoques, o que pode refletir em preços ou disponibilidade de serviços.
O que muda para salões, profissionais e consumidoras
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Imediatamente: está proibida a fabricação, importação ou registro de qualquer produto cosmético que contenha TPO ou DMPT.
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Prazo de 90 dias: para que empresas, estabelecimentos e salões interrompam a venda ou o uso de produtos já comercializados que contenham essas substâncias.
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Após 90 dias: todos os registros e notificações para produtos que contenham TPO ou DMPT serão cancelados, e as empresas devem recolher itens ainda disponíveis no comércio.
Para as consumidoras: recomenda-se verificar a lista de ingredientes nos produtos de unhas ou esmaltes em gel e buscar alternativas certificadas ou que informem “livre de TPO/DMPT”. Profissionais do setor devem checar fornecedores e substituir produtos conforme necessário.
Impactos potencialmente relevantes
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Saúde pública: Se confirmados os riscos descritos, a medida atua de forma preventiva, evitando que exposições prolongadas — especialmente entre profissionais — causem danos que poderiam se manifestar ao longo do tempo.
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Mercado de estética: Pode haver adaptação de fórmulas, aumento de custo ou escassez temporária de opções de acabamento em gel, até que fornecedores se adequem.
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Regulação internacional: O Brasil demonstra um alinhamento maior com as legislações europeias mais estritas sobre cosméticos — o que pode gerar maior rigor no setor e maiores barreiras para itens importados ou de origem duvidosa.
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Profissionais de beleza: Será necessário treinamento, auditoria dos produtos utilizados e eventual mudança nos protocolos de atendimento para garantir que nenhum produto irregular seja usado.
A decisão da Anvisa marca um marco regulatório significativo para o universo dos cosméticos no Brasil. Ao proibir o uso de TPO e DMPT — substâncias associadas ao câncer e à infertilidade —, a agência reforça a importância de elevar os padrões de segurança no setor de unhas, beleza e estética. Consumidores devem se informar e exigir transparência, enquanto profissionais do segmento precisam já iniciar a transição para produtos seguros e adequados.
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