
Nova classificação facilita o trabalho de cientistas e autoridades de saúde no rastreamento das mutações do vírus
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
Pesquisadores do Instituto Butantan, em parceria com a Universidade Yale (EUA) e outras 23 instituições, desenvolveram um novo sistema de classificação para as linhagens do vírus da dengue. A proposta busca tornar o monitoramento da doença mais preciso e padronizado, auxiliando cientistas e autoridades de saúde em diferentes países.
O estudo, publicado na revista científica PLOS Biology, apresenta uma nomenclatura que complementa a atual divisão por genótipos e detalha melhor as mutações contínuas do vírus. A iniciativa melhora a vigilância genômica, permitindo identificar e rastrear com maior clareza as linhagens que circulam em diferentes regiões e períodos.
O novo sistema organiza o vírus da dengue de forma hierárquica — primeiro por sorotipo, depois por genótipo e, por fim, por linhagens maiores e menores. Essa estrutura facilita a comunicação entre laboratórios, padroniza análises e ajuda a identificar rapidamente novas variações, de modo semelhante ao sistema usado para o rastreamento das variantes do coronavírus (SARS-CoV-2).
A dengue é uma doença viral transmitida pelo mosquito Aedes aegypti e representa um risco para mais de 100 milhões de pessoas por ano em todo o mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, em 2024, foram registrados mais de 6,5 milhões de casos prováveis e mais de 6 mil mortes, conforme dados do Ministério da Saúde.
Com o aumento dos casos e a expansão da dengue para novas áreas — inclusive regiões antes não endêmicas, como partes dos Estados Unidos e da Europa —, a nova nomenclatura proposta pelo Butantan pode ajudar a aperfeiçoar o monitoramento das mutações, orientar estratégias de vacinação e reforçar o controle epidemiológico global.
O sistema também foi implementado em ferramentas como Genome Detective, GLUE e NextClade, que permitem classificar amostras mesmo com sequências genéticas parciais. Essa abordagem facilita o trabalho em locais com infraestrutura limitada e amplia o acesso à vigilância genômica de forma mais rápida e precisa.
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