Consumo moderado de álcool aumenta risco de câncer

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Novo relatório da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer revela que mesmo pequenas quantidades de bebida alcoólica podem causar sete tipos da doença; homens concentram 78% dos casos ligados ao consumo
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

Um estudo divulgado pela Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), órgão da Organização Mundial da Saúde (OMS), acendeu um alerta global sobre os perigos do consumo de álcool — inclusive em níveis considerados “moderados”. Segundo o relatório, o álcool está diretamente relacionado a sete tipos de câncer e responde por cerca de 4% de todos os novos casos da doença no mundo. A conclusão é clara: nenhuma quantidade de álcool é segura para a saúde.

O álcool como causa evitável de câncer

A IARC classificou as bebidas alcoólicas como cancerígenas para humanos desde 1988. O novo levantamento reforça que a substância é uma das principais causas evitáveis de câncer em todo o planeta.

A cientista Harriet Rumgay, da Divisão de Vigilância do Câncer da IARC, explicou que “reduzir o consumo de álcool diminui o risco de desenvolver câncer” e alertou que o impacto do álcool vai além dos tumores. Ele é responsável por mais de 200 doenças e lesões, incluindo doenças hepáticas, cardiovasculares e neurológicas.

Em 2020, o consumo de álcool foi associado a 741 mil novos casos de câncer no mundo, sendo os homens responsáveis por 78% dessa carga de doenças.

Tipos de câncer mais associados ao álcool

Os tipos de câncer mais relacionados ao consumo de bebidas alcoólicas foram:

  • Câncer de esôfago – 190 mil casos;

  • Câncer de fígado – 155 mil casos;

  • Câncer de mama feminino – 98 mil casos;

  • Câncer colorretal, de laringe, de faringe e de boca também foram incluídos na lista.

Mesmo o consumo moderado, definido como menos de duas doses diárias, foi responsável por mais de 100 mil novos casos de câncer em 2020.

Impacto global e desigualdades regionais

O consumo de álcool continua crescendo em várias partes do mundo, especialmente nas Américas, no Pacífico Ocidental, na África Subsaariana e no Sudeste Asiático.

As regiões com maiores índices de casos de câncer atribuíveis ao álcool são:

  • Leste Asiático – 9% entre os homens;

  • Europa Central e Oriental – 8% entre homens e 3% entre mulheres;

  • Austrália e Nova Zelândia – 3% entre mulheres;

  • Europa Ocidental – 3% entre mulheres.

A Europa permanece como o continente com maior nível de consumo per capita, e ainda assim, menos da metade da população sabe que o álcool pode causar câncer, segundo a OMS.

Prevenção e políticas públicas

O relatório da IARC destaca que aumentar impostos, reduzir a disponibilidade e restringir a publicidade de bebidas alcoólicas são medidas eficazes para diminuir o consumo e, consequentemente, os casos de câncer.

Um estudo conduzido em parceria com cientistas da IARC mostrou que dobrar os impostos sobre o álcool poderia evitar 6% dos novos casos de câncer e mortes associadas na Europa.

A pesquisadora Daniela Mariosa, da Divisão de Classificação de Dados da IARC, reforçou que políticas públicas bem estruturadas podem “salvar milhares de vidas ao limitar o acesso e o apelo do álcool”.

Custo humano e econômico

Além das consequências diretas à saúde, o consumo de álcool tem alto custo econômico. Em 2018, as mortes por câncer relacionadas ao álcool causaram uma perda estimada de € 4,6 bilhões em produtividade apenas na Europa.

Para a OMS, o novo relatório é um alerta urgente aos governos sobre a necessidade de políticas mais rígidas e campanhas de conscientização. A agência reforça que a melhor forma de prevenir o câncer associado ao álcool é reduzir o consumo ao mínimo — ou eliminá-lo completamente.

O relatório da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer, apoiado pela OMS, confirma que não existe nível seguro de consumo de álcool. Mesmo a ingestão moderada aumenta o risco de vários tipos de câncer, especialmente de esôfago, fígado e mama. Diante disso, a comunidade médica e os órgãos de saúde pública pedem ações mais firmes de prevenção, regulação e conscientização para conter o avanço dessa causa evitável de doenças e mortes.

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