Doenças inflamatórias intestinais crescem no Brasil e desafiam diagnóstico precoce

Condições como Crohn e retocolite afetam cada vez mais brasileiros; especialistas apontam importância da conscientização e dos avanços da medicina
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

As doenças inflamatórias intestinais (DII) — entre elas a doença de Crohn e a retocolite ulcerativa — são condições crônicas que afetam milhões de pessoas em todo o mundo e têm apresentado crescimento preocupante no Brasil. Embora os sintomas possam ser debilitantes, a medicina tem avançado tanto no diagnóstico quanto no tratamento, garantindo melhor qualidade de vida para os pacientes.

Confira cinco pontos essenciais sobre as DII:

1. Diagnóstico pode levar mais de um ano

Identificar corretamente as DII ainda é um grande desafio no país. Os sintomas iniciais se confundem com os de outras condições, como intoxicação alimentar ou síndrome do intestino irritável, o que atrasa a confirmação da doença.

Segundo a Associação Brasileira de Colite Ulcerativa e Doença de Crohn (ABCD), 41% dos pacientes esperam mais de 12 meses para um diagnóstico preciso, e cerca de 20% enfrentam uma espera superior a três anos. “A demora pode agravar a evolução da doença e comprometer a qualidade de vida do paciente”, explica o Dr. Sérgio Teixeira, diretor médico da Ferring no Brasil.

2. Casos aumentam 15% ao ano no Brasil

O maior levantamento já realizado no país, com base em dados de mais de 212 mil usuários do SUS, revelou um crescimento expressivo: a prevalência das DII subiu cerca de 15% ao ano ao longo de nove anos, alcançando 100 casos por 100 mil habitantes. As regiões Sudeste e Sul concentram a maior parte dos diagnósticos, reforçando a necessidade de políticas públicas e atenção especializada.

3. Impactos vão além do intestino

As DII não afetam apenas o sistema digestório. Entre 10% e 30% dos pacientes apresentam complicações em outros órgãos, como pele, olhos, articulações e fígado. Essas manifestações podem surgir até antes dos sintomas intestinais, o que torna o diagnóstico ainda mais complexo.

4. Estilo de vida e alimentação são gatilhos

Pesquisas indicam que a mudança no padrão alimentar e de hábitos em países em desenvolvimento contribui para o aumento dos casos. Entre os fatores de risco estão dietas ricas em ultraprocessados, uso excessivo de antibióticos na infância, baixa diversidade microbiana intestinal e a redução do aleitamento materno.

5. Avanços da medicina oferecem mais qualidade de vida

Ainda que não exista cura definitiva, os tratamentos evoluíram significativamente nas últimas duas décadas. Novas terapias permitem controlar a inflamação e não apenas os sintomas, evitando complicações e possibilitando que os pacientes atinjam remissão clínica. Além dos medicamentos, práticas como boa alimentação, exercícios físicos e acompanhamento multidisciplinar ajudam a prevenir recaídas.

Apesar das dificuldades do diagnóstico e do impacto dos sintomas, a evolução dos tratamentos tem trazido esperança para pacientes e famílias. Com informação, acompanhamento e cuidado multidisciplinar, é possível viver com qualidade e manter a doença sob controle.

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