EUA ampliam pressão sobre autoridades brasileiras com possível revogação de vistos

Pressão sobre ministros e magistrados brasileiros intensifica crise diplomática e expõe desgaste do governo Lula no exterior

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

O governo dos Estados Unidos iniciou uma nova rodada de análises que pode levar à revogação de vistos de autoridades brasileiras, incluindo ministros e integrantes do Judiciário. A medida faz parte de uma estratégia de pressão política de Washington diante de denúncias de violações de direitos humanos e censura no Brasil.

Segundo informações obtidas por fontes diplomáticas, o Departamento de Estado americano consultou o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o jornalista Paulo Figueiredo para identificar nomes de autoridades brasileiras que podem ser avaliadas pelo governo do presidente Donald Trump. Cada indicação será analisada individualmente, e não há confirmação de que todas resultarão em punições imediatas.

A movimentação ocorre em um contexto de tensão crescente nas relações entre Brasil e Estados Unidos. Apesar de o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manter um canal formal de diálogo com Trump, as diferenças ideológicas entre os governos se intensificaram nos últimos meses — principalmente após críticas da Casa Branca a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Recentemente, Alexandre de Moraes e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, foram sancionados pela Lei Magnitsky, que prevê bloqueio de bens e proibição de entrada nos Estados Unidos. Outros nomes também perderam vistos, entre eles os ministros Jorge Messias (Advocacia-Geral da União) e Alexandre Padilha (Saúde), além de oito magistrados do STF.

As medidas fazem parte de uma ofensiva americana que, segundo o Departamento de Estado, busca.

“Defender a liberdade de expressão e os direitos individuais em países onde há retrocessos democráticos”.

A iniciativa é vista por analistas como uma resposta direta ao avanço da censura e do autoritarismo no Brasil.

Fontes do Itamaraty afirmam que o governo brasileiro tenta evitar um conflito diplomático direto com Washington. De acordo com diplomatas próximos ao Palácio do Planalto, Lula pretende “marcar posição sem comprar briga” durante a próxima reunião bilateral com Trump. Mesmo assim, há receio entre assessores presidenciais de que novas sanções ampliem o isolamento internacional do governo brasileiro.

Especialistas em política externa afirmam que as ações dos EUA representam uma mudança de postura estratégica. Segundo o cientista político Rodrigo Prando,“Washington sinaliza que não aceitará mais práticas de cerceamento de liberdades sob o argumento de segurança institucional”.

Segundo o especialista, o Brasil poderá enfrentar consequências mais severas caso não responda aos alertas internacionais sobre abusos de autoridade. “se o país não mostrar comprometimento com os valores democráticos, sofrerá consequências não apenas diplomáticas, mas também comerciais”, destacou.

Com a revisão de vistos e o aumento das tensões diplomáticas, o governo Lula enfrenta o maior desgaste internacional desde o início do terceiro mandato, o que reacende o debate sobre a condução da política externa brasileira e sua relação com governos conservadores no Ocidente.

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