EUA: paralisação federal pode elevar custos de seguro-saúde

O impasse no Congresso ameaça acabar com subsídios ao Obamacare e levar à duplicação dos prêmios de seguro para quem compra cobertura individual
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

Com o governo federal dos EUA paralisado desde 1º de outubro de 2025, milhões de americanos enfrentam a possibilidade de ver seus seguros de saúde ficarem muito mais caros. A disputa orçamentária inclui o futuro dos subsídios que tornam possíveis os seguros oferecidos via Mercado do Affordable Care Act (ACA). Caso os créditos fiscais aprimorados não sejam renovados, análises indicam que os prêmios poderão mais do que dobrar, deixando muitos sem cobertura.

Contexto e riscos envolvidos

O governo federal dos Estados Unidos entrou em shutdown na madrugada de 1º de outubro de 2025, após o Congresso não aprovar o financiamento necessário para manter as operações.
A questão central da paralisação é o destino dos subsídios expandidos ao seguro de saúde (premium tax credits), que foram ampliados durante a pandemia para garantir que mais pessoas pudessem arcar com o custo dos planos ACA.

Esses subsídios são essenciais para reduzir o valor que beneficiários de classe média e baixa pagam pelos seguros individuais. Se expirarem, muitos americanos se tornarão responsáveis por prêmios mais altos.

Projeções de impacto nos prêmios e cobertura

  • Um estudo recente da Kaiser Family Foundation (KFF) mostra que, sem os subsídios ampliados, os prêmios médios poderão subir de US$ 888 para US$ 1.904 em 2026 — o que representa um aumento de 114 %.

  • Estimativas do Escritório de Orçamento do Congresso (CBO) indicam que até 4 milhões de pessoas poderiam perder a cobertura se não conseguirem arcar com os valores elevados.

  • Algumas seguradoras já enviaram notificações informando propostas de aumento de preços de até 50 % ou mais para o próximo ano, caso a situação não seja resolvida.

Como a paralisação afeta serviços de saúde

Embora programas essenciais como Medicare e Medicaid não sofram interrupção imediata, a paralisação pode trazer atrasos administrativos, cortes em serviços de telemedicina e dificuldades para pagamentos a prestadores.

Serviços cujo financiamento depende de recursos discricionários — como alguns centros de saúde pública, vigilância epidemiológica, inspeções regulatórias e campanhas — poderão ser interrompidos ou sofrer reduções temporárias.

Além disso, algumas pessoas que dependem dos subsídios para decidir se manterão ou aderirão a um plano via ACA poderão adiar decisões devido à incerteza, o que afeta a dinâmica da cobertura e o risco das seguradoras.

Disputa política e perspectivas

Democratas insistem que qualquer medida temporária de financiamento inclua a renovação dos subsídios e a reversão de cortes no Medicaid, considerando a saúde como prioridade humanitária.

Por outro lado, muitos republicanos defendem que o debate sobre saúde deve ser separado do pacote de financiamento imediato, resistindo a incluir mudanças substantivas no orçamento emergencial.

Se os subsídios expirarem sem uma ação legislativa, os efeitos aumentam: menos inscritos, prêmios mais altos e maior risco financeiro para pessoas já vulneráveis.

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