Justiça austríaca mantém prisão de Josef Fritzl aos 90 anos

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Tribunal rejeita pedido de libertação do homem que manteve a filha em cativeiro por 24 anos e teve sete filhos com ela, alegando risco de reincidência
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

Aos 90 anos, o austríaco Josef Fritzlconhecido mundialmente pelo crime de ter mantido a própria filha em cativeiro por 24 anos e tido sete filhos com elanão será libertado da prisão. O Tribunal Regional de Krems, na Áustria, negou o pedido de libertação antecipada, alegando que o condenado ainda representa risco à sociedade e à própria família.

Fritzl, que passou 15 anos internado em uma unidade para criminosos com distúrbios mentais, foi transferido em 2024 para uma prisão comum. A mudança de regime abriu espaço para que seu advogado solicitasse libertação antecipada, apresentada oficialmente em agosto de 2025.

A defesa, representada pela advogada Astrid Wagner, argumentou que o idoso sofre de demência progressiva e deveria ser transferido para um centro especializado em cuidados de demência, afirmando que “seria um lugar melhor que a prisão”.

O tribunal, no entanto, rejeitou o pedido ao considerar que Fritzl ainda demonstra comportamentos agressivos e delírios envolvendo sua família, o que, segundo os juízes, não elimina o risco de reincidência. “Na minha opinião, o raciocínio é falho. Portanto, contestarei esta decisão”, declarou Wagner à agência APA.

O CASO

O nome de Josef Fritzl chocou o mundo em 2008, quando veio à tona que ele havia mantido sua filha Elisabeth trancada no porão da casa da família, em Amstetten, desde que ela tinha 18 anos. O espaço subterrâneo, cuidadosamente planejado, contava com portas reforçadas e isolamento acústico, o que permitiu que o crime permanecesse em segredo por mais de duas décadas.

Durante o período de cativeiro, Elisabeth teve sete filhos com o próprio pai. Três foram criados no porão, três cresceram na superfície com Fritzl e sua esposa — que acreditava que a filha havia se juntado a uma seita — e um bebê morreu logo após o nascimento, vítima de negligência.

O caso foi descoberto quando Elisabeth e um de seus filhos gravemente doente precisaram de atendimento médico, o que levou à revelação do cativeiro e à prisão imediata de Fritzl, que mais tarde confessou os crimes.

IMPACTO E LEGADO

O episódio ficou marcado como um dos crimes mais horrendos da história recente da Europa, expondo falhas em sistemas de vigilância comunitária e proteção social. Mesmo com a idade avançada e a deterioração da saúde, autoridades austríacas afirmam que a gravidade dos atos cometidos e o risco potencial de reincidência justificam a manutenção da prisão perpétua.

Segundo informações, o caso Fritzl permanece como símbolo de horror doméstico e abuso prolongado, levantando discussões sobre os limites da punição, o papel da sociedade na prevenção e a complexidade da reabilitação em crimes de extrema violência.

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