Sociedade, parlamentares e setores de segurança pública se preocupam com postura do presidente
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) gerou repercussão negativa nesta sexta-feira (24) durante coletiva em Jacarta, Indonésia, ao comentar o combate às drogas. Segundo ele, os traficantes seriam “vítimas dos usuários”, e o enfrentamento do problema poderia ser mais eficaz se os países priorizassem o combate aos consumidores.
“Todo mundo, quando a gente fala em combater as drogas, possivelmente, fosse mais fácil a gente combater os nossos viciados internamente, os usuários. Os usuários são responsáveis pelos traficantes, que são vítimas dos usuários também”, afirmou Lula.
Em seguida, acrescentou: “Então você tem uma troca de gente que vende porque tem gente que compra, e tem gente que compra porque tem gente que vende”.
A declaração provocou críticas imediatas de opositores do governo. O líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), declarou que a fala evidencia que o governo.
“Prefere passar pano para o crime”,em vez de apoiar medidas duras contra o tráfico.
Outros parlamentares da oposição também se manifestaram em redes sociais, reforçando a preocupação sobre o impacto das falas do presidente na política de segurança pública.
Durante a mesma entrevista, Lula também criticou ataques internacionais a outros países sob a justificativa de combate às drogas. Ele mencionou operações dos Estados Unidos contra traficantes na costa da Venezuela, defendendo que o problema seja tratado via cooperação internacional, sem violar a soberania de outros países.
“Se a moda pega, cada um acha que pode invadir o território do outro para fazer o que quer. Onde é que vai surgir a palavra respeitabilidade à soberania dos países? Então eu pretendo discutir esses assuntos com o presidente Trump se ele colocar na mesa”, afirmou.
Especialistas em segurança pública alertam que a postura de Lula pode enfraquecer a repressão ao tráfico e enviar uma mensagem de tolerância a criminosos, aumentando os riscos para a sociedade. Parlamentares e setores da segurança defendem que ações firmes contra traficantes sejam priorizadas, em vez de responsabilizar usuários.
O episódio reforça um debate crescente sobre a política de segurança do governo, especialmente em um país que enfrenta altos índices de violência e tráfico de drogas.
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