Lula se manifesta tardiamente após operação no Rio e ignora policiais mortos em confronto

Enquanto mais de 120 pessoas morreram nos Complexos do Alemão e da Penha, Lula foca em propaganda e na PEC da Segurança ignorando o sofrimento das vítimas

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

No dia 28 de outubro de 2025, o estado do Rio de Janeiro deflagrou a Operação “Contenção” contra a facção Comando Vermelho, nos Complexos da Penha e do Alemão. Cerca de 2.500 agentes das polícias civil e militar participaram da ação, considerada a maior da história da cidade.

O saldo da operação ultrapassou 120 mortos, incluindo quatro policiais que atuavam na linha de frente. Moradores relataram cenas de extrema violência, corpos deixados nas ruas e drones armados sendo utilizados por criminosos. A operação evidenciou o nível de poder das facções criminosas e a urgência de medidas de segurança eficazes.

A Fala de Lula

Após o episódio, Lula publicou em redes sociais:

“Não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades. Precisamos de um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco.”

No mesmo comunicado, o presidente destacou a PEC da Segurança Pública, projeto que amplia a coordenação federal das polícias e integra forças estaduais e federais.

Até o momento, não há registro de que Lula tenha visitado ou se manifestado diretamente em apoio às famílias dos policiais mortos, nem anunciado qualquer programa federal de assistência a essas vítimas. O silêncio evidencia descaso e oportunismo político.

Crítica de parlamentares

O deputado federal Marcel van Hattem (NOVO/RS) criticou duramente a postura do presidente:

“Não é o traficante que é vítima do usuário de drogas? Você é parte do problema, cinismo descarado! Leva um dia e meio para dizer alguma coisa e não pede desculpas por não ter apoiado o governo do RJ quando pediu, nem se solidariza com a família dos policiais mortos. Cúmplice!”

Essa fala reforça a percepção de que o governo federal se concentra mais em propaganda política do que em assistência real às vítimas da operação.

Pontos de crítica à postura do presidente

1. Pronunciamento tardio e político

A manifestação do presidente ocorreu apenas depois que a operação já havia causado impacto social e político significativo. O discurso focou mais na promoção da PEC da Segurança do que em ações emergenciais ou no apoio às vítimas.

2. Ausência de solidariedade com os policiais mortos

Quatro agentes públicos perderam a vida. Apesar disso, não houve declaração formal, visita ou anúncio de ações concretas do governo federal para amparar suas famílias. Esse silêncio institucional é interpretado como descaso para com aqueles que sacrificaram suas vidas no serviço público.

3. Prioridade da agenda política sobre a urgência operacional

Enquanto a população carioca e as famílias afetadas esperavam respostas imediatas, Lula priorizou a centralização federal da segurança via PEC. Essa escolha evidencia que, para o governo, o episódio teve maior valor político do que humano.

4. Discrepância entre discurso e realidade

Lula afirmou que os criminosos não devem colocar policiais em risco, mas não se pronunciou de forma efetiva sobre a morte dos próprios agentes. O contraste entre o discurso de proteção e a ausência de ações concretas revela incoerência e fragilidade moral do governo frente à segurança pública.

5. Impacto simbólico e político negativo

A população esperava ação concreta e respeito às vítimas. O discurso do presidente, centrado em propaganda política, gera sensação de distanciamento do governo em relação às famílias dos policiais mortos.

Consequências práticas

Legitimidade das instituições: A demora e a falta de apoio direto às famílias enfraquece a confiança no Estado.

Moral dos agentes públicos: Policiais que arriscam a vida esperam reconhecimento do governo. A ausência desse gesto compromete a coesão da segurança pública.

Efetividade operacional: Sem integração prévia e alinhamento real entre União e Estado, a coordenação das ações é prejudicada.

Expectativa da população: O cidadão quer respostas imediatas. O foco em centralização e propaganda política, sem assistência às vítimas, aumenta a desconexão entre Estado e sociedade.

Conclusão

Lula reagiu tarde à crise de segurança no Rio de Janeiro, com discurso mais voltado à propaganda política do que à assistência às vítimas. Promoveu a PEC da Segurança e falou genericamente sobre combate ao crime, mas não deu respaldo direto às famílias dos policiais mortos, nem demonstrou ação emergencial.

Enquanto não houver reconhecimento formal das vítimas, apoio real às famílias e coordenação efetiva com estados e municípios, o pronunciamento do presidente permanece tardio, oportunista e desconectado da realidade, colocando em dúvida a credibilidade e a responsabilidade moral do governo frente à segurança pública.

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