Lula se prepara para nomear Messias ao STF e Boulos ao governo até terça-feira

Presidente aposta em indicação de Jorge Messias para o Supremo Tribunal Federal e na nomeação de Guilherme Boulos como ministro-chefe antes de viagem à Ásia

Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve indicar o advogado-geral da União, Jorge Messias, para a vaga no Supremo Tribunal Federal até terça-feira (21), antes de embarcar para a Indonésia e Malásia. Em paralelo, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) está prestes a assumir o cargo de ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, marcando uma reconfiguração estratégica no primeiro escalão do governo.

A eventual indicação de Messias ocorre diante da aposentadoria do ministro Luís Roberto Barroso e das articulações intensas no Planalto para definir o perfil do substituto. Messias é considerado o favorito pelo entorno do presidente, embora outro nome cotado seja o do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

A nomeação de Boulos para a Secretaria-Geral é vista como um movimento político que reforça a base de esquerda do governo e aproxima o Executivo de segmentos mobilizados em recentes manifestações políticas. A estratégia também amplia a visibilidade do deputado no cenário nacional, consolidando-o como uma das principais lideranças do campo progressista.

Analistas interpretam a dupla movimentação como uma tentativa de Lula de consolidar apoio interno antes da viagem internacional, ao mesmo tempo em que sinaliza continuidade em sua agenda de governança e articulação política.

Desafios à frente

A indicação ao STF exige sabatina e aprovação no Senado, onde a oposição admite não ter força suficiente para barrar o nome de Messias, estimando cerca de 30 votos contrários.

No caso de Boulos, o desafio será transitar entre o papel de mobilizador social e o de gestor governamental, o que pode gerar tensões internas e exigir adaptação ao funcionamento administrativo da Presidência.

O perfil institucional de Messias deverá ser examinado quanto à sua firmeza na defesa da democracia e das instituições — característica considerada essencial pelos ministros do Supremo consultados pelo presidente.

Lula deve formalizar as duas decisões até a próxima terça-feira, antes de deixar o país para sua viagem oficial ao Sudeste Asiático.