
Secretário de Estado dos EUA pressiona Mauro Vieira sobre ações de Moraes e mantém tarifas elevadas sobre produtos brasileiros
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Washington, 16 de outubro de 2025 – O aguardado encontro entre o secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, e o chanceler brasileiro, Mauro Vieira, terminou sem avanços concretos. A reunião, realizada nesta quinta-feira (16) na Casa Branca, teve como foco o impasse comercial entre os dois países e a recente elevação de 50% nas tarifas americanas sobre produtos brasileiros, determinada em agosto pelo presidente Donald Trump.
Rubio pressiona governo Lula sobre liberdade e perseguição política
Durante o encontro, Rubio foi firme ao questionar a postura do governo brasileiro em relação à escalada de abusos do Supremo Tribunal Federal, especialmente nas ações conduzidas pelo ministro Alexandre de Moraes.
Segundo fontes próximas à diplomacia norte-americana, o republicano expressou preocupação com prisões e perseguições políticas, incluindo o tratamento dado a apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Rubio destacou que os Estados Unidos defendem a liberdade de expressão e o devido processo legal, princípios que, segundo ele, precisam ser respeitados também no Brasil. O secretário afirmou ainda que qualquer avanço em acordos comerciais dependerá do compromisso do governo Lula com valores democráticos.
O impasse das tarifas
O governo brasileiro tenta reverter a decisão que aumentou as tarifas, alegando que a medida prejudica as exportações nacionais. Rubio, no entanto, manteve a posição americana, afirmando que não há clima político favorável enquanto persistirem denúncias de censura e perseguição judicial no Brasil.
Diálogo limitado e futuro incerto
Apesar da tensão, ficou definido que equipes técnicas dos dois países continuarão conversando para identificar áreas de interesse comum. A expectativa é que as tratativas sirvam de base para uma possível reunião entre Donald Trump e Luiz Inácio Lula da Silva, prevista para novembro, embora fontes em Washington admitam que as diferenças ideológicas entre os governos podem dificultar o encontro.
O chanceler Mauro Vieira tentou minimizar as divergências, classificando a reunião como “positiva” e defendendo o diálogo “com todos os países”. No entanto, analistas políticos avaliam que a relação com Washington tende a permanecer fria enquanto o governo Lula não demonstrar mudanças concretas em sua postura interna.
Próximos passos
Os Estados Unidos devem analisar as solicitações apresentadas por Mauro Vieira, mas o sinal é claro: Rubio e Trump não pretendem flexibilizar tarifas nem acordos estratégicos enquanto houver dúvidas sobre o compromisso do governo brasileiro com as liberdades individuais e a transparência institucional.
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