Mercado ilegal de bebidas causa prejuízo bilionário e risco à saúde no Brasil

Estudos apontam que quase 30% dos destilados vendidos no país são fruto de falsificação, contrabando ou produção irregular; casos de intoxicação por metanol resultaram em mortes recentes
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

 

O mercado ilegal de bebidas alcoólicas no Brasil preocupa entidades do setor e autoridades de saúde. De acordo com estudo da Euromonitor International encomendado pela Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD), as fraudes envolvendo falsificação, contrabando e produção irregular geraram prejuízos de R$ 28 bilhões em 2024, valor que inclui perdas tributárias, impactos econômicos sobre empresas legais e custos para o sistema de saúde.

O levantamento indica que 28% das bebidas destiladas no país têm origem ilícita, sendo a falsificação o crime mais prejudicial tanto ao setor produtivo quanto aos consumidores. As práticas mais comuns envolvem o “refil” de garrafas de marcas conhecidas com líquidos de baixo custo ou a produção a partir de álcool impróprio para consumo humano. Além do risco à saúde, o preço mais baixo é um atrativo: falsificados custam em média 35% menos, podendo chegar a 48% abaixo do valor original em lojas virtuais.

Segundo a ABBD, o crime organizado tem atuado de forma cada vez mais estruturada, controlando desde a coleta de garrafas até a impressão de rótulos sofisticados. A associação aponta a dificuldade de fiscalização em território nacional e a expansão do comércio digital como fatores que mantêm o mercado ilegal ativo. Ainda assim, houve uma retração de cerca de 25% no contrabando em 2024, resultado da valorização do dólar e do uso de tecnologias como drones em operações de fronteira.

A Fhoresp (Federação de Hotéis, Restaurantes e Bares do Estado de São Paulo) estima que 36% das bebidas alcoólicas comercializadas no Brasil sejam fraudadas, com maior incidência em vinhos e destilados. Já no caso dos fermentados, como cerveja e vinho, a penetração ilícita é menor, com índices de 2% e 7%, respectivamente.

A preocupação se agravou com episódios recentes de intoxicação por metanol, substância altamente tóxica usada em bebidas adulteradas. Em São Paulo, a Secretaria Estadual de Saúde registrou 37 casos suspeitos desde junho, com seis mortes — uma confirmada por intoxicação e outras cinco em investigação. Pernambuco também confirmou dois óbitos. O Ministério da Saúde, por sua vez, contabiliza 43 notificações no país.

As polícias Civil e Federal investigam bares, adegas e possíveis redes de distribuição envolvidas na venda de bebidas adulteradas. Especialistas alertam que a falsificação de bebidas, além de prejudicar a economia formal, coloca em risco direto a vida dos consumidores.

 

LEIA TAMBÉM: 

https://gnewsusa.com/2025/09/ice-prende-imigrante-ilegal-que-atuava-como-superintendente-de-escolas-publicas-em-iowa/

https://gnewsusa.com/2025/09/direita-coloca-cidadaos-comuns-no-palco-enquanto-a-esquerda-depende-de-celebridades/

https://gnewsusa.com/2025/09/beber-2-litros-de-agua-por-dia-e-o-ideal-o-que-dizem-os-especialistas/

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*