Ministério da Saúde confirma 15 mortes; São Paulo concentra a maioria dos casos e lidera investigações sobre produtos suspeitos de contaminação
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O Ministério da Saúde confirmou, nesta quarta-feira (29), 59 casos de intoxicação por metanol após o consumo de bebidas alcoólicas adulteradas no Brasil. No total, foram 103 notificações registradas até o momento, sendo 44 ainda em investigação e 662 descartadas pelas autoridades sanitárias.
O estado de São Paulo lidera com 46 casos confirmados, além de 7 em análise e 446 notificações descartadas. O surto também afeta Pernambuco (5 casos), Paraná (6), Rio Grande do Sul (1) e Mato Grosso (1).
Segundo o Ministério, 15 pessoas morreram em decorrência da intoxicação — sendo 9 em São Paulo, 3 no Paraná e 3 em Pernambuco. Outros 9 óbitos seguem sob investigação, incluindo registros em Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Rio de Janeiro. Até agora, 35 notificações de morte foram descartadas após exames laboratoriais.
As autoridades de saúde reforçam o alerta à população sobre o risco do consumo de bebidas alcoólicas sem procedência ou vendidas informalmente, muitas vezes produzidas de forma artesanal e sem controle sanitário. O metanol, substância altamente tóxica, é utilizado na indústria química e não deve ser ingerido sob nenhuma circunstância. Mesmo em pequenas quantidades, pode causar cegueira, insuficiência renal, parada respiratória e morte.
Os casos em investigação envolvem os estados de São Paulo (7), Pernambuco (21), Rio de Janeiro (2), Piauí (5), Mato Grosso (2), Mato Grosso do Sul (1), Paraná (4) e Tocantins (1). Equipes da Vigilância Sanitária e das Secretarias Estaduais de Saúde estão coletando amostras de bebidas suspeitas para análise laboratorial e rastreamento da origem dos produtos.
De acordo com o Ministério da Saúde, as ações de enfrentamento incluem a notificação obrigatória de casos suspeitos, reforço da fiscalização em estabelecimentos comerciais e campanhas de orientação à população sobre os perigos do consumo de bebidas de origem desconhecida.
A pasta também destacou que está trabalhando em conjunto com os estados e com o Ministério da Justiça e Segurança Pública para identificar redes de produção e distribuição ilegal de bebidas alcoólicas contaminadas por metanol.
“É fundamental que as pessoas comprem bebidas apenas de fabricantes registrados e observem o selo de controle fiscal. O consumo de produtos adulterados pode ter consequências fatais”, reforçou o comunicado do Ministério da Saúde.
Resumo dos casos de intoxicação por metanol no Brasil
-
Casos confirmados: 59
-
Casos em investigação: 44
-
Notificações descartadas: 662
-
Óbitos confirmados: 15
-
Óbitos em investigação: 9
-
Estados com casos confirmados: SP, PE, PR, RS e MT
Entenda o que é o metanol e por que ele é tão perigoso
O metanol, também conhecido como álcool metílico, é uma substância altamente tóxica utilizada na indústria química, automotiva e farmacêutica — em produtos como solventes, combustíveis e anticongelantes. Diferente do etanol (álcool etílico), usado em bebidas alcoólicas e combustível veicular, o metanol não é seguro para consumo humano.
A intoxicação por metanol ocorre quando a substância é ingerida acidentalmente ou por meio de bebidas adulteradas, nas quais o produto é usado de forma ilegal para aumentar o teor alcoólico e reduzir custos de produção.
Os sintomas de envenenamento podem surgir de 30 minutos a 24 horas após a ingestão e incluem:
-
Dor de cabeça intensa
-
Náuseas e vômitos
-
Visão turva ou perda total da visão
-
Falta de coordenação motora
-
Dificuldade para respirar
-
Convulsões ou coma
Em casos graves, a intoxicação pode levar à falência múltipla de órgãos e morte. O tratamento médico deve ser imediato e inclui a administração de antídotos específicos, como o fomepizol ou etanol intravenoso, além de hemodiálise para eliminar o metanol do organismo.
Alerta: O consumo de bebidas sem rótulo, vendidas em garrafas reutilizadas ou sem selo fiscal, representa alto risco de contaminação. Em caso de suspeita de intoxicação, procure atendimento médico imediatamente e leve a embalagem do produto para análise.
- Leia mais:

Faça um comentário