Resgatada após denúncia de vizinha, Mirella viveu desde os 15 anos em um quarto “congelado no tempo”, repleto de brinquedos e lembranças da infância
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
Uma mulher de 42 anos, identificada como Mirella, passou 27 anos de sua vida em cativeiro, mantida pelos próprios pais adotivos na cidade de Świętochłowice, a cerca de 290 quilômetros de Varsóvia, na Polônia.
O quarto onde Mirella viveu por quase três décadas foi descrito pelas autoridades como um espaço “congelado no tempo”, com brinquedos infantis, bichos de pelúcia e livros para crianças. Ela dormia em um sofá simples e fazia suas refeições em uma pequena mesa, em um ambiente que jamais acompanhou seu crescimento.
A história veio à tona após o resgate da mulher em julho, embora o caso só tenha ganhado repercussão recentemente. Em 1998, quando Mirella tinha 15 anos, seus pais adotivos registraram um boletim de ocorrência falso, alegando que ela havia fugido para reencontrar os pais biológicos.
Durante todos esses anos, porém, Mirella permaneceu reclusa dentro da própria casa. A mãe adotiva negou o cárcere privado, dizendo que elas saíam ocasionalmente para visitar amigos — o que ninguém jamais confirmou.
A descoberta do cativeiro
O caso foi descoberto após uma vizinha denunciar uma discussão barulhenta vinda do apartamento. Ao chegarem, os policiais encontraram Mirella saindo do quarto. Apesar de afirmar que estava bem, seu estado físico debilitado chamou atenção, levando os agentes a acionar uma ambulância.
No caminho para o hospital, Mirella revelou à equipe médica que não saía de casa há mais de 20 anos. Segundo os médicos, ela estava à beira da morte devido a uma infecção grave.
“Ela mesma conta que nunca viu sua cidade mudar, nunca foi ao médico, nunca teve documentos, nem chegou a olhar pela janela”, relatou um dos organizadores da campanha. “Ainda há muito a ser esclarecido, mas a verdade precisa aparecer.”
Uma campanha de arrecadação foi criada para auxiliar na recuperação de Mirella, enquanto as autoridades investigam os detalhes do caso.
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