
Investigação mira fraudes e desvios em obras públicas; empresas teriam movimentado R$ 153 milhões em contratos suspeitos
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A Polícia Federal deflagrou na quinta-feira, 16 de outubro de 2025, a Operação Óbolo de Caronte, que mira um suposto esquema de corrupção e lavagem de dinheiro envolvendo contratos da antiga Secretaria Municipal de Saneamento de Belém (SESAN), atual SEZEL, administrada por uma gestão ligada ao MDB.
Foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão, 12 afastamentos cautelares de servidores públicos, três suspensões de contratos e bloqueio de bens, nas cidades de Belém (PA) e Rio de Janeiro (RJ). As medidas foram autorizadas pela Justiça Federal após indícios de fraudes em licitações e desvios de verbas públicas destinadas a obras de infraestrutura.
Segundo as investigações, empresas vinculadas ao grupo investigado firmaram contratos que somam cerca de R$ 153 milhões entre 2020 e 2024, incluindo obras consideradas prioritárias para a capital paraense. Em diversas ocasiões, foram identificados saques em espécie logo após os pagamentos públicos, o que, segundo a PF, reforça a suspeita de lavagem de dinheiro.
Em uma dessas ações, ocorrida em novembro de 2024, os agentes apreenderam R$ 601 mil em espécie, valor que seria proveniente de pagamentos irregulares. Também estão sob investigação contratos do Projeto Mata Fome, contemplado pelo PAC. Seleções do Governo Federal, no valor de R$ 132 milhões, cuja licitação foi suspensa pelo Tribunal de Contas dos Municípios do Pará (TCM-PA) em janeiro de 2025.
A operação aponta que recursos federais destinados a obras públicas podem ter sido desviados por meio de empresas de fachada e servidores ligados à estrutura municipal.
A Prefeitura de Belém, comandada por Igor Normando (MDB), ainda não se pronunciou sobre a investigação. O governador Helder Barbalho (MDB), aliado do Planalto, disse acompanhar o caso, mas sem comentar a gestão municipal, reforçando preocupações sobre transparência no uso de recursos públicos.
Nos bastidores, parlamentares da oposição afirmam que o caso evidencia necessidade de maior fiscalização sobre o uso de recursos públicos.
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