Organização Internacional para Migrações amplia operações em 15 países africanos, reforçando triagem, rastreio e vacinação em áreas de alto risco para conter surtos e proteger comunidades móveis
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A Organização Internacional para Migrações (OIM) intensificou suas operações de segurança sanitária em resposta ao novo surto de ébola na República Democrática do Congo e ao avanço da varíola dos macacos (Mpox) em países como Angola, Etiópia, Malawi, Sudão do Sul, Uganda e na própria RD Congo. A ação cobre 90 pontos de entrada e áreas transfronteiriças em 15 países africanos, com foco em vigilância, triagem e fortalecimento das capacidades locais para evitar a propagação de doenças infecciosas.
A estratégia da OIM envolve o uso de dados de mobilidade populacional, coordenação com governos e reforço da capacidade de resposta das equipes de fronteira. As medidas também incluem comunicação de riscos e engajamento comunitário — essenciais para conter surtos em regiões com difícil acesso a serviços de saúde.
“A prioridade é operacionalizar todos os pontos de entrada, rastrear casos identificados e garantir a proteção das comunidades ao longo dos corredores de mobilidade”, afirmou Frantz Celestin, diretor regional da OIM para as Regiões Oeste, Corno e Sul de África. Segundo ele, “as ações ajudam a prevenir a propagação das doenças e a manter a segurança dos viajantes e das comunidades fronteiriças”.
Na República Democrática do Congo, equipes da OIM têm trabalhado lado a lado com o Ministério da Saúde e parceiros locais. Até 16 de outubro, o surto de ébola havia deixado 45 mortos entre 64 casos notificados. Para reduzir o risco de transmissão, mais de 169 mil triagens já foram realizadas nas principais rotas de transporte, e novos pontos de rastreio estão sendo instalados.
Além da triagem e vigilância, as ações incluem formação de funcionários governamentais, rastreio de contatos, comunicação de riscos e mobilização comunitária. Em Angola, a OIM e parceiros desenvolvem planos de contingência conjuntos para reforçar a prontidão nas fronteiras. Já em Uganda, as autoridades revisam os protocolos de resposta ao surto da Doença do Vírus do Sudão — uma variante do ébola —, buscando aprimorar a capacidade de contenção para futuras emergências sanitárias.
Os esforços de prontidão também revelaram outras ameaças à saúde pública, como cólera, sarampo e Mpox. Em Malawi e Sudão do Sul, as equipes concentram-se em fortalecer a vigilância epidemiológica, o rastreio de contatos e o acesso à vacinação em pontos estratégicos das fronteiras.
De acordo com dados da OIM, a África registrou mais de 20 mil casos suspeitos de Mpox apenas em 2024, e a disseminação contínua da doença exige respostas coordenadas e sustentáveis.
O trabalho da Divisão de Saúde Migratória da OIM vai além das ações emergenciais. A organização apoia governos na construção de sistemas de saúde mais resilientes, na integração de políticas públicas voltadas à mobilidade segura e no fortalecimento das estruturas locais de vigilância sanitária.
Embora o sarampo já não seja considerado uma emergência de saúde pública internacional, o vírus continua circulando em alguns países. Ao mesmo tempo, os casos de ébola mostram tendência de queda — um sinal positivo, mas que reforça a necessidade de manter a vigilância ativa.
A OIM reafirma seu compromisso de trabalhar com governos e parceiros regionais para garantir que a mobilidade humana segura, regular e saudável continue sendo parte integrante da segurança sanitária global.
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