Sindicato ligado ao irmão de Lula é alvo de operação da PF que apura fraudes bilionárias no INSS

Mandados são cumpridos em oito estados e apurações focam em irregularidades nos benefícios de aposentados e pensionistas

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

Brasília — A Polícia Federal deflagrou, nesta quinta-feira (9), a segunda fase da Operação Sem Desconto, com o objetivo de aprofundar as investigações sobre um suposto esquema de fraudes bilionárias em descontos indevidos aplicados sobre benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.

Foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão nos estados de São Paulo, Sergipe, Amazonas, Rio Grande do Norte, Santa Catarina, Pernambuco, Bahia e no Distrito Federal.

Entre os alvos da operação está o Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical (Sindnapi), entidade que tem como vice-presidente José Ferreira da Silva, conhecido como Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Segundo a Polícia Federal, a ação tem como foco esclarecer práticas como inserção de dados falsos em sistemas públicos, formação de organização criminosa e ocultação patrimonial.

Mandados e apreensões

As equipes da PF cumpriram mandados nas primeiras horas da manhã. Na sede do Sindnapi, em São Paulo, foram recolhidos documentos e registros administrativos, que agora estão sob análise dos investigadores.

De acordo com informações obtidas no local, não houve apreensão de celulares ou computadores, apenas malotes com pastas contábeis e financeiras.

O prédio permaneceu fechado ao público durante todo o dia, e as diligências também se estenderam às residências de dirigentes e do presidente do sindicato.

Primeira fase e histórico da operação

A primeira fase da Operação Sem Desconto ocorreu em abril de 2024, com 211 mandados judiciais cumpridos, incluindo buscas, apreensões, prisões temporárias e sequestro de bens avaliados em mais de R$ 1 bilhão.

Na ocasião, o prejuízo estimado pelas autoridades era de R$ 6,3 bilhões, acumulados entre 2019 e 2024.

As investigações apontam que o esquema envolvia entidades representativas de aposentados, que aplicavam descontos não autorizados diretamente nos benefícios previdenciários, com possível participação de agentes públicos e uso indevido de dados de beneficiários.

Em setembro, o empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, foi preso no Distrito Federal. Ele é apontado pela PF como um dos operadores do esquema, responsável por movimentar parte dos valores desviados.

Desdobramentos e próximos passos

Com os documentos apreendidos nesta nova fase, a Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União vão analisar fluxos financeiros e comunicações internas das entidades investigadas.

O objetivo é identificar possíveis vínculos entre sindicatos, empresas e pessoas físicas que possam ter se beneficiado do esquema de descontos ilegais.

A investigação segue sob sigilo judicial, e novas fases não estão descartadas. Até agora, nenhum indiciamento foi formalizado, mas Frei Chico e outros dirigentes do Sindnapi permanecem sob análise das autoridades, que aguardam a verificação de dados bancários e fiscais para determinar responsabilidades.

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