
São Paulo concentra a maioria das ocorrências; autoridades intensificam fiscalizações após morte suspeita ligada a bebidas alcoólicas adulteradas
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA
O Brasil enfrenta um grave alerta de saúde pública após a notificação de 43 casos de intoxicação por metanol, substância tóxica presente em bebidas alcoólicas adulteradas. Até esta quarta-feira (1º), o país confirmou uma morte em São Paulo e investiga outras sete suspeitas nos estados de São Paulo e Pernambuco. As autoridades intensificaram as fiscalizações e já apreenderam mais de 17 mil garrafas em diferentes operações.
Segundo o Centro Nacional de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS Nacional), dos 43 casos notificados, 39 ocorreram em São Paulo, sendo 10 confirmados como intoxicação por ingestão de bebidas adulteradas e 29 ainda em investigação. Em Pernambuco, quatro casos estão sob apuração.
“Estamos diante de um surto que exige ação rápida e coordenada. A ingestão de metanol pode levar a intoxicações graves e até à morte, mesmo em pequenas quantidades”, alertou um porta-voz do Ministério da Saúde.
Até o momento, uma morte foi confirmada em São Paulo, enquanto sete óbitos suspeitos seguem em investigação — cinco em São Paulo e dois em Pernambuco.
Operações e apreensões
Para conter o avanço do problema, autoridades estaduais e municipais realizaram operações de fiscalização e fecharam estabelecimentos suspeitos.
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São Paulo (capital): quatro bares interditados nos bairros da Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins e Mooca.
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Grande São Paulo: dois bares foram interditados em São Bernardo do Campo e Barueri.
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Uma distribuidora teve a inscrição estadual suspensa e outras três seguem sob análise.
As apreensões foram expressivas:
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Mogi das Cruzes (SP): 80 garrafas suspeitas recolhidas em uma adega.
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Americana (SP): duas pessoas presas e 17,7 mil garrafas apreendidas.
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Barueri (SP): 128 mil garrafas de vodca lacradas, aguardando comprovação de procedência.
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Capital paulista: 802 garrafas apreendidas, sendo 660 em distribuidoras e 142 em bares.
As autoridades de defesa do consumidor, como o Procon-SP, reforçaram canais de denúncia para permitir que a população informe casos suspeitos de adulteração de bebidas.
O que é o metanol e por que é tão perigoso
O metanol é um composto orgânico da família dos álcoois, usado principalmente como matéria-prima na produção de biodiesel. É um líquido incolor, inflamável e com odor semelhante ao de bebidas alcoólicas comuns, o que torna difícil sua detecção a olho nu.
A ingestão, a inalação ou até o contato prolongado com metanol pode causar náusea, tontura, dor abdominal, cegueira irreversível e morte. Especialistas alertam que pequenas quantidades já são suficientes para provocar intoxicação grave.
Além do risco direto à saúde, o produto é altamente inflamável, podendo provocar explosões se manuseado de forma inadequada.
“O metanol é extremamente tóxico e não deve, em hipótese alguma, ser consumido. Sua presença em bebidas indica adulteração criminosa e exige punições severas”, ressaltou um toxicologista da Universidade de São Paulo (USP).
Risco à saúde pública e investigação em andamento
As autoridades destacam que o surto atual está relacionado ao comércio clandestino e à adulteração de bebidas alcoólicas, uma prática que cresce em períodos de alta demanda, como feriados prolongados e eventos festivos.
O Ministério da Saúde, em conjunto com órgãos estaduais, continua monitorando a situação e investindo em ações de rastreabilidade para identificar a origem das bebidas adulteradas e impedir a circulação de produtos contaminados.
“A colaboração da população é essencial. É preciso evitar o consumo de bebidas sem procedência conhecida e denunciar irregularidades”, reforçou o comunicado oficial do CIEVS.
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