
ONU alerta para colapso da saúde infantil e aumento alarmante da desnutrição e violência no país caribenho
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
O Haiti vive uma das piores crises humanitárias do mundo, e as crianças estão no centro dessa tragédia. Segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), três em cada quatro crianças haitianas — cerca de 3,3 milhões — precisam urgentemente de assistência humanitária, em meio ao colapso dos serviços básicos, à fome e à escalada da violência armada.
O diretor regional do Unicef para a América Latina e o Caribe, Roberto Benes, alertou nesta terça-feira (14) que o recrutamento de crianças por grupos armados aumentou 70% em apenas um ano, e que mais de 1,2 milhão de menores de cinco anos vivem em áreas marcadas pela insegurança alimentar severa. “Esses não são apenas números, são vidas interrompidas e futuros apagados”, declarou o representante, pedindo uma ação internacional urgente.
O sistema de saúde haitiano está em colapso, com hospitais destruídos ou sem insumos e medicamentos básicos. Mais de 1 milhão de crianças não têm acesso regular a água potável, o que amplia os riscos de diarreia, cólera e desnutrição grave. O Unicef também aponta o aumento de casos de trauma psicológico entre menores que testemunharam ataques ou foram deslocados pela violência.
Além disso, mais de 1,6 mil escolas foram afetadas por conflitos e ocupadas por grupos armados, interrompendo a educação de milhares de alunos. “As escolas, que deveriam ser refúgios seguros, estão fechadas; os hospitais, que deveriam curar, estão sob ataque constante”, lamentou Benes.
O Unicef apela para a reconstrução imediata dos serviços de saúde, educação, água e saneamento, além de proteção psicossocial e abrigos seguros para as famílias deslocadas. O relatório da ONU classifica a crise haitiana como “uma das mais urgentes e negligenciadas do mundo”, resultado de décadas de instabilidade política, desigualdade e desastres naturais — incluindo os terremotos de 2010 e 2021 e o furacão Matthew, em 2016.
Enquanto a violência e a fome se agravam, milhares de famílias estão isoladas, sem acesso a alimentos, vacinas ou cuidados médicos básicos. O Unicef reforça que, sem uma resposta coordenada internacional, o Haiti corre o risco de perder uma geração inteira de crianças.
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