Trump declara fim da ‘era do terror’ em discurso ovacionado em Jerusalém

Presidente dos EUA diz que pacto entre Israel e Hamas representa o início de uma nova fase de paz e é aplaudido no Parlamento israelense

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

Em sessão marcada por aplausos e saudações oficiais no Knesset, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta segunda-feira que o acordo negociado entre Israel e o Hamas representa “o fim da era do terror e da morte”. Ao mesmo tempo, afirmou que, “no que me diz respeito”, a guerra havia chegado ao fim. A fala foi proferida em Jerusalém, onde Trump participa de uma rodada diplomática que inclui uma cúpula no Egito para tratar dos termos do cessar-fogo e da reconstrução de Gaza.

O discurso e o acordo

Trump subiu à tribuna do parlamento israelense após um clima de forte apoio público. Segundo relatos jornalísticos, o presidente elogiou o papel de Israel e de parceiros árabes nas negociações e afirmou que a libertação de reféns e a trégua marcam uma nova etapa na estabilidade regional. Amir Ohana, presidente do Knesset, saudou Trump com palavras de grande enaltecimento, e o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu classificou o episódio como um marco nas relações bilaterais.

Principais pontos do acordo (conforme relatos)

Fontes presentes na cobertura indicam que o pacto inclui medidas práticas e simbólicas, entre elas:

Libertação progressiva de reféns em troca de concessões e garantias de cessar-fogo;

Compromissos para um cessar-fogo verificado internacionalmente;

Planos de reconstrução para Gaza, com promessas de investimentos externos e participação de países do Golfo;

Mecanismos de supervisão multilateral para fiscalizar a implementação das etapas.

Trump também mencionou o papel de pressões diplomáticas de países árabes e muçulmanos no avanço do acordo, e indicou ações americanas que, segundo ele, fortaleceram a posição negociadora dos EUA na região.

Reações internas e externas

A recepção no Knesset foi de festa oficial: aplausos de pé, discursos de apoio e menções históricas ao papel dos EUA. Amir Ohana declarou que Trump será lembrado. “Por milhares de anos” pela comunidade judaica, e Netanyahu afirmou que o presidente é “o maior amigo que Israel já teve”.

Por outro lado, analistas e correspondentes destacam ceticismo: especialistas em segurança e diplomacia lembram que acordos de cessar-fogo exigem verificação, incentivos e garantias, e que a implementação dependerá de atores além do próprio Trump e de Israel, incluindo o Hamas, outros grupos armados, países vizinhos e organismos internacionais.

Na comunidade internacional, relatos indicam que uma cúpula no Egito foi convocada para discutir pormenores do cessar-fogo e as condições para a reconstrução — uma etapa que poderá definir o sucesso ou o fracasso das medidas anunciadas em Jerusalém.

Pontos de tensão

1. Sustentabilidade do cessar-fogo — quem fiscaliza e qual será o custo político para as partes?

2. Futuro político de Gaza — a criação de um arranjo administrativo provisório sem solução política definitiva pode gerar instabilidade.

3. Desarmamento do Hamas — medidas técnicas e verificáveis são necessárias para garantir que grupos armados não retomem ataques.

4. Garantias a civis e reconstrução — financiamento, logística e tutela internacional são desafios enormes em região devastada pelo conflito.

Um episódio de tensão no Knesset

Durante a sessão, um parlamentar protestou contra a presença de Trump e foi retirado pela segurança. O episódio mostra que, mesmo em meio aos aplausos oficiais, há divisões políticas internas em Israel sobre o método e as consequências de um acordo mediado por terceiros.

Análise — por que o momento é simbólico, mas frágil

O discurso no parlamento israelense traduz um ganho simbólico para Trump e para a diplomacia norte-americana, sobretudo pela visibilidade pública e pelo coro de agradecimentos formais. No entanto, a transição da simbologia para a implementação prática é repleta de entraves: equilíbrio de forças, legitimidade política, capacidade de reconstrução e controle de atores não estatais.

Especialistas consultados pela imprensa alertam que sem mecanismos robustos de verificação, incentivos claros e participação multilateral, a trégua pode ter duração limitada. Além disso, a aceitação do acordo por setores palestinos fora do comando do Hamas e por populações civis é condição essencial para estabilidade a médio prazo.

Próximos passos e cenários

Cúpula no Egito: momentos decisivos para detalhar cronogramas, financiamento e supervisão.

Supervisão internacional: possível atuação conjunta de ONU, EUA, Egito e parceiros do Golfo.

Monitoramento de segurança: estabelecimento de observadores e pontos de verificação.

Risco de retomada de hostilidades: caso cláusulas críticas não sejam cumpridas, há chance de escalada localizada.

Conclusão

O discurso de Donald Trump no Knesset marca uma cena diplomática de grande impacto simbólico e político. A ovação em Jerusalém e os elogios de autoridades israelenses consolidam um momento favorável aos EUA como mediador, mas o êxito real depende agora da concretização das medidas anunciadas: verificação do cessar-fogo, segurança para civis, desarmamento controlado e reconstrução sustentável de Gaza. Sem esses elementos operacionalizados e sem adesão ampla das partes envolvidas, o risco de retrocesso permanece elevado.

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