Aditivos: o que corantes, conservantes e aromatizantes podem fazer com a sua saúde

Apesar de aprovados por órgãos reguladores, evidências crescentes apontam que esses aditivos alimentares podem ter efeitos negativos a longo prazo — especialmente quando consumidos em combinação e em alimentos ultraprocessados
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

Os corantes, conservantes e aromatizantes — ingredientes clássicos da indústria de alimentos — são amplamente utilizados para dar cor, sabor e durabilidade aos produtos. Embora muitos sejam considerados seguros em doses regulamentadas, estudos recentes e alertas de especialistas indicam riscos à saúde quando o consumo é elevado ou persistente. Exposições cumulativas a esses aditivos têm sido associadas a reações alérgicas, disfunções respiratórias, alterações comportamentais em crianças e até possíveis riscos de doenças crônicas. A preocupação não recai apenas sobre substâncias isoladas, mas também sobre misturas típicas dos alimentos ultraprocessados, cuja ingestão diária é cada vez mais alta na dieta moderna.

Aditivos alimentares: o que são e por que são usados

Aditivos como corantes, conservantes e aromatizantes têm funções específicas no alimento: dar cor, preservar contra micro-organismos e intensificar sabores. Eles são amplamente utilizados pela indústria para melhorar a aparência, prolongar a validade e tornar os produtos mais atrativos para o consumidor.

Embora aprovados por órgãos reguladores como a Anvisa, esses aditivos não agregam valor nutricional ao alimento, servindo principalmente para modificar suas características sensoriais ou estruturais.

Quais são os riscos reais para a saúde

1. Alergias e hipersensibilidade

Alguns corantes, como a tartrazina (amarelo artificial), são conhecidos por causar reações alérgicas em pessoas sensíveis. Conservantes como nitratos e nitritos — comuns em carnes processadas — também levantam suspeitas relacionadas a possíveis riscos de câncer gastrointestinal quando consumidos em excesso.

2. Problemas respiratórios

Pesquisas indicam que aditivos artificiais — especialmente corantes e aromatizantes — podem contribuir para inflamação sistêmica e estresse oxidativo, fatores capazes de agravar condições respiratórias como a asma e outras doenças pulmonares.

3. Alterações comportamentais em crianças

Estudos apontam uma possível associação entre o consumo de corantes sintéticos e alterações de comportamento em crianças, como irritabilidade, agitação, dificuldade de concentração e sintomas relacionados ao TDAH. Alguns corantes também têm sido investigados por potenciais efeitos genotóxicos, despertando preocupação para o uso prolongado.

4. Efeitos cumulativos e misturas de aditivos

Especialistas chamam atenção para o fato de que os limites regulatórios são calculados para substâncias isoladas, mas não consideram os efeitos de misturas de aditivos ingeridos simultaneamente — algo comum na alimentação moderna. Pesquisas recentes sugerem que combinações de corantes, emulsificantes, adoçantes e outros aditivos podem aumentar o risco de doenças metabólicas, como diabetes tipo 2.

Se são perigosos, por que continuam permitidos?

Todos os aditivos usados em alimentos passam por avaliações toxicológicas antes de serem autorizados. As agências reguladoras estabelecem limites considerados seguros, conhecidos como Ingestão Diária Aceitável (IDA).

No entanto, esses limites nem sempre correspondem ao consumo real da população, que com frequência ingere diversos aditivos diferentes, todos os dias, em quantidades que podem ultrapassar o previsto.

Outra preocupação é que muitos estudos de aprovação são feitos com substâncias isoladas, enquanto na prática os consumidores são expostos a “coquetéis” de aditivos, cujas interações ainda não são totalmente compreendidas.

Exemplos que merecem atenção

  • Tartrazina (Yellow 5): conhecida por desencadear reações alérgicas e alterações comportamentais em crianças.

  • Nitratos e nitritos: usados em embutidos, estão sendo investigados por ligações com câncer gastrointestinal.

  • Ponceau 4R: corante sintético associado a possíveis efeitos respiratórios adversos.

O que recomendam os especialistas

1. Reduzir ultraprocessados

Refrigerantes, salgadinhos, balas, biscoitos recheados, pratos prontos e produtos de fácil consumo são os maiores portadores de aditivos artificiais.

2. Ler rótulos com atenção

Quanto mais longa e difícil a lista de ingredientes, maior a probabilidade de conter corantes, conservantes e aromatizantes artificiais. Rótulos curtos e simples costumam indicar produtos menos processados.

3. Observar reações individuais

Pessoas com alergias, problemas respiratórios ou crianças com hiperatividade podem ser mais sensíveis a certos aditivos, sendo importante observar possíveis gatilhos.

4. Apoiar revisões regulatórias

Cientistas defendem atualizações nas normas de segurança para incluir estudos sobre efeitos combinados e exposição prolongada.

Corantes, conservantes e aromatizantes não são necessariamente perigosos em pequenas quantidades, mas seu uso intensivo na indústria alimentícia — especialmente em ultraprocessados — aumenta significativamente a exposição a essas substâncias. O consumo cumulativo e a combinação de diferentes aditivos podem representar riscos à saúde a longo prazo. Optar por alimentos naturais, ler rótulos e reduzir o consumo de produtos industrializados são medidas essenciais para quem busca uma alimentação mais segura e equilibrada.

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