Brasil tem 30% dos municípios em alerta: Ministério da Saúde lança campanha nacional de combate às arboviroses

Foto: internet
Governo federal anuncia investimento de R$ 183,5 milhões para ampliar tecnologias de controle do mosquito Aedes aegypti e convoca a população para o Dia D da prevenção
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

O Ministério da Saúde lançou nesta segunda-feira (3) a campanha nacional “Não dê chance para dengue, zika e chikungunya”, alertando que cerca de 30% dos municípios brasileiros estão em situação de alerta para as arboviroses. Apesar da redução de 75% nos casos prováveis de dengue em 2025 em comparação com 2024, a pasta reforça que o combate ao mosquito Aedes aegypti deve continuar de forma intensa e preventiva.

Durante o lançamento da campanha, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, anunciou um investimento de R$ 183,5 milhões para o ciclo 2025/2026, destinado exclusivamente à ampliação do uso de novas tecnologias voltadas ao controle vetorial e à redução da capacidade de transmissão das doenças.

“Mesmo com essa melhora, não podemos baixar a guarda. A dengue continua sendo a principal endemia do país, e o impacto das mudanças climáticas amplia o risco de transmissão em regiões onde antes o mosquito não existia”, afirmou o ministro.

Cenário epidemiológico

O Brasil registra atualmente cerca de 1,6 milhão de casos prováveis de dengue, número que representa uma expressiva redução de 75% em relação ao mesmo período de 2024. A maior concentração está em São Paulo (55%), seguido por Minas Gerais (9,8%), Paraná (6,6%), Goiás (5,9%) e Rio Grande do Sul (5,2%).

Em relação aos óbitos, foram contabilizadas 1,6 mil mortes até o momento, o que representa uma queda de 72% em comparação ao ano anterior. São Paulo também lidera o número de óbitos, com 64,5%, seguido por Paraná (8,3%), Goiás (5,5%), Rio Grande do Sul (3%) e Minas Gerais (8%).

O 3º Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRAa), realizado em mais de 3.200 municípios entre agosto e outubro deste ano, apontou que 30% das cidades estão em situação de alerta para dengue, zika e chikungunya. As regiões Centro-Oeste, Nordeste e Norte concentram os maiores índices de risco, com destaque para os estados de Mato Grosso do Sul, Ceará e Tocantins.

Novas tecnologias e investimentos

Com os R$ 183,5 milhões previstos para o ciclo 2025/2026, o Ministério da Saúde ampliará o uso de tecnologias de controle vetorial inovadoras, como o método Wolbachia, atualmente implantado em 12 municípios e com previsão de expansão para outros 70 — sendo 13 ainda em 2025.

O método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti infectados com a bactéria Wolbachia, que impede a multiplicação dos vírus da dengue, zika e chikungunya dentro do vetor. Niterói (RJ) foi a primeira cidade do país a ter 100% do território coberto pela técnica, registrando redução de 89% nos casos de dengue e 60% nos de chikungunya.

Outras medidas em expansão incluem o uso das Estações Disseminadoras de Larvicidas (EDL), a técnica do inseto estéril e a borrifação residual intradomiciliar, que utiliza inseticidas de longa duração dentro das residências.

Além disso, o Brasil inaugurou, em Curitiba (PR), a maior biofábrica de Wolbachia do mundo, com capacidade de produzir até 100 milhões de ovos por semana, o que permitirá a ampliação do projeto para novos estados.

Mobilização nacional e Dia D da Dengue

A campanha, que traz o lema “Contra o mosquito, todos do mesmo lado”, tem o objetivo de mobilizar gestores públicos, profissionais de saúde e toda a população para eliminar criadouros e reforçar a vigilância nos lares e comunidades.

O Dia D da Dengue, marcado para sábado (8 de novembro), contará com ações simultâneas em todo o território nacional, incluindo mutirões de limpeza, visitas domiciliares e atividades educativas.

O ministro Alexandre Padilha destacou que o trabalho preventivo deve começar antes do período de maior transmissão, reforçando o papel de cada cidadão na eliminação de focos do mosquito.

Vacinação e cooperação internacional

A vacinação contra a dengue segue como uma das principais estratégias do governo federal. O Brasil foi o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde, priorizando crianças e adolescentes de 10 a 14 anos que vivem em municípios com maior risco de transmissão.

Desde 2024, mais de 10,3 milhões de doses foram enviadas aos estados, e 9 milhões adicionais estão previstas para 2026.

Em outubro, o ministro Alexandre Padilha visitou a China para fortalecer a parceria com a empresa WuXi Biologics, que permitirá a produção em larga escala da vacina contra a dengue desenvolvida pelo Instituto Butantan. A expectativa é que a Anvisa conceda o registro da vacina até o final de 2025, permitindo a produção de até 40 milhões de doses anuais a partir de 2026.

Ações contínuas de prevenção

O controle das arboviroses é uma ação compartilhada entre o governo e a sociedade civil. Além das atividades dos agentes de saúde, é fundamental que os cidadãos adotem medidas simples de prevenção, como:

  • Remover recipientes que acumulem água;

  • Manter caixas d’água e reservatórios sempre vedados;

  • Limpar calhas, lajes e ralos regularmente;

  • Usar telas em janelas e repelentes em áreas de transmissão;

  • Apoiar as ações de prevenção promovidas pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Contexto e importância da campanha

Embora os números mostrem uma redução significativa em relação ao ano anterior, o país ainda enfrenta riscos elevados devido às condições climáticas e à presença constante do mosquito vetor. O investimento em novas tecnologias e a mobilização nacional são, portanto, fundamentais para manter o controle e evitar novas epidemias.

O Ministério da Saúde reforça que a luta contra o Aedes aegypti é contínua e coletiva. O sucesso da campanha depende não apenas das ações governamentais, mas do engajamento ativo de cada brasileiro.

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