Escândalos, insegurança e caos em Belém expõem o fracasso do governo diante da crise climática e moral
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
A COP30, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, começou envolta em polêmicas, insegurança e falta de estrutura. O encontro, sediado em Belém (PA), era apontado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como o grande marco da diplomacia verde do Brasil, mas antes mesmo da abertura já acumula críticas internacionais, falhas logísticas e questionamentos políticos.
Desde a campanha, Lula prometia recolocar o país no centro dos debates climáticos. No entanto, o que se vê na prática é um evento desorganizado, com hotéis superfaturados, ruas perigosas e obras contestadas. Para muitos analistas, a conferência se tornou símbolo do abismo entre o discurso ambiental do governo e sua incapacidade de gestão.
Baixa adesão e credibilidade em queda
Com a confirmação de apenas 57 chefes de Estado, a COP30 deve ser uma das mais esvaziadas da última década. Em 2024, a COP29, no Azerbaijão, contou com 75 líderes. A ausência dos Estados Unidos e da Argentina é interpretada como um sinal de descrédito político e diplomático do governo brasileiro.
Segundo o consultor ambiental Antônio Fernando Pinheiro Pedro, o evento chega sem força real:
“Podemos chamar a COP30 de ‘FLOP30’, pois já está fracassada antes mesmo de começar. Lula entra desgastado, contraditório e sem apoio internacional.”
A ausência de grandes potências e o desinteresse crescente da Europa reforçam o cenário de isolamento diplomático.
Contradições e incoerência ambiental
Enquanto tenta se apresentar como defensor da Amazônia, Lula autorizou o Ibama a liberar a Petrobras para explorar petróleo na Foz do Amazonas, a poucas semanas da conferência. A decisão, duramente criticada por ambientalistas, evidenciou a contradição entre o discurso verde e a prática petista, baseada em combustíveis fósseis e alianças políticas com o setor energético.
Além disso, o governo tenta ressuscitar o Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF) — uma proposta de financiamento que já havia sido discutida na COP29 sem resultados concretos. Segundo analistas, trata-se mais de uma tentativa de marketing ambiental do que de um projeto viável.
Belém vira sinônimo de caos e insegurança
O clima na capital paraense é de tensão. Jornalistas estrangeiros foram assaltados nas ruas de Belém, gerando repercussão internacional. Para conter os problemas, Lula decretou Garantia da Lei e da Ordem (GLO), mobilizando as Forças Armadas em Belém, Altamira e Tucuruí entre 2 e 23 de novembro.
Apesar disso, o improviso permanece visível: obras com falhas estruturais, hospedagens com diárias de até R$ 20 mil e denúncias de superfaturamento no Parque Linear da Nova Doca, cuja pavimentação já apresentou rachaduras poucos dias após a inauguração.
O deputado estadual Rogério Barra (PL-PA) resumiu o sentimento local em vídeo nas redes sociais:
“Prometeram legado da COP30, entregaram vergonha pra Belém.”
Desgaste político e imagem abalada
Mesmo antes da abertura oficial, a COP30 já se tornou um revés político para o governo. A ausência de líderes, o caos logístico e o contraste entre discurso e prática ambiental enfraquecem a tentativa de Lula de se reposicionar como liderança global.
Especialistas avaliam que o presidente deve usar a conferência para tentar recuperar imagem e justificar os fracassos diplomáticos recentes, apelando à narrativa da “Amazônia no centro do mundo”. No entanto, sem resultados concretos, a promessa pode se transformar em mais um símbolo do improviso e da propaganda vazia.
“Lula queria um palco mundial. Acabou criando um espelho que reflete o próprio descontrole do seu governo”, resume um analista político ouvido pela reportagem.
Conclusão
O que deveria ser a COP da virada climática ameaça se tornar a COP da contradição e do fracasso. Em vez de mostrar um Brasil forte, sustentável e organizado, o governo petista entrega ao mundo uma conferência cercada de escândalos, falhas e descrédito.
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