Sami Hamdi estava fazendo uma turnê de palestras pelos EUA quando foi preso pelo ICE, em 26 de outubro, por fazer críticas a Israel
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
O jornalista britânico Sami Hamdi pediu às autoridades dos Estados Unidos para deixar o país voluntariamente, depois de passar mais de duas semanas detido em um centro de imigração por conta de críticas a Israel. A gestão Trump acusa o comentarista político de apoiar o Hamas.
Muçulmano, Hamdi estava em uma turnê de palestras nos EUA quando foi preso pelo ICE em 26 de outubro. Um dia antes, ele tinha discursado no jantar de gala anual da filial de Sacramento, Califórnia, organizado pelo Conselho de Relações Americano-Islâmicas (CAIR, na sigla em inglês).
Através de comunicado divulgado na noite desta segunda-feira (10), a CAIR informou que Hamdi aceitou sair dos Estados Unidos de forma voluntária. “É simples assim: Sami nunca deveria ter passado uma única noite em uma cela do ICE. Sua única ‘ofensa’ real foi falar abertamente sobre os crimes de guerra genocidas de Israel contra os palestinos”, afirmou Hussam Ayloush, CEO da filial do CAIR na Califórnia.
A prisão do comentarista político aconteceu no contexto de um esforço mais amplo do governo americano para identificar e expulsar milhares de estrangeiros nos Estados Unidos, que fomentaram ou participaram de distúrbios, apoiando publicamente protestos contra a presença de militares de Israel na Faixa de Gaza.
Trícia McLaughlin, porta-voz do Departamento de Segurança Interna dos EUA (DHS), comunicou nesta terça-feira (11) que o comentarista solicitou sua saída voluntária e “o ICE está providenciando com prazer sua remoção do país”.
Na época da prisão de Hamdi, o DHS informou que o Departamento de Estado tinha revogado seu visto e que o ICE estava o submetendo a um processo de deportação. Posteriormente, o órgão federal o acusou de apoiar os ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023.
Para justificar a prisão do jornalista, o Departamento de Estado escreveu na rede social X que “os Estados Unidos não têm obrigação de hospedar estrangeiros” que “apoiam o terrorismo e comprometem ativamente a segurança dos americanos. Continuamos a revogar os vistos de pessoas envolvidas em tais atividades”.
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