Líder da maior gangue do Equador é preso na Espanha após fingir a própria morte

Operação internacional revela que “Pipo” vivia com identidade falsa, circulava entre três países e comandava a organização criminosa Los Lobos do exterior

Por Ana Raquel |GNEWSUSA 

A Justiça espanhola determinou a prisão preventiva de Wilmer Geovanny Chavarría Barre, conhecido como “Pipo”, nesta terça-feira, 18 de novembro de 2025. Ele é considerado pelas autoridades do Equador o principal comandante da organização criminosa Los Lobos, uma das mais violentas e influentes do país.

A decisão foi tomada após sua captura em Málaga, no sul da Espanha, onde equipes policiais realizaram uma ação coordenada com organismos internacionais. A prisão ocorreu com base em um mandado da Interpol relacionado a crimes cometidos em território equatoriano.

Captura internacional e investigação sigilosa

Segundo fontes envolvidas na operação, “Pipo” foi localizado ao desembarcar em Málaga após viajar proveniente do Marrocos. Ele utilizava documentos falsificados, o que chamou a atenção das autoridades migratórias. A suspeita levou à verificação de sua identidade real e, posteriormente, à execução do mandado internacional.

O governo do Equador havia anunciado dias antes que o líder criminoso estava foragido e era considerado prioridade máxima para as forças de segurança do país, especialmente depois da prisão de José Adolfo Macías Villamar, o “Fito”, apontado como seu principal rival no comando do narcotráfico.

Decisão judicial e próximos passos

A juíza María Tardón, integrante do Tribunal Nacional — corte espanhola responsável por casos de terrorismo, organizações criminosas e delitos transnacionais — autorizou a prisão preventiva do suspeito até que o processo de extradição seja analisado. A medida tem como objetivo impedir qualquer tentativa de fuga, considerando o histórico de mobilidade internacional do investigado.

Durante o período em que permanecer sob custódia, as autoridades espanholas devem encaminhar documentação e informações complementares às autoridades equatorianas, que pressionam pela transferência rápida do detido.

Operação Renascimento: identidade falsa e múltiplas cirurgias

A operação que levou à sua captura foi batizada de Renascimento, em referência à estratégia usada por “Pipo” para tentar desaparecer do radar policial. Investigações apontam que ele teria simulado a própria morte anos antes, permitindo que continuasse a comandar atividades criminosas no Equador enquanto se estabelecia entre a Espanha e os Emirados Árabes Unidos.

Para manter a farsa, usava a identidade Danilo Ramón Fernández Calderón e teria passado por pelo menos sete procedimentos cirúrgicos destinados a modificar seu rosto e outras características físicas. As alterações dificultaram o reconhecimento por sistemas automatizados e agentes em campo, prolongando seu período de fuga.

Ligação com Los Lobos

Los Lobos, facção à qual “Pipo” é associado, ganhou projeção nos últimos anos por sua crescente influência no tráfico internacional e pelas disputas violentas com outras organizações criminosas na região andina. A captura de seu líder é considerada um dos maiores golpes sofridos pelo grupo desde 2023.

Expectativa pela extradição

O pedido formal do Equador está em análise pelas autoridades espanholas, que devem avaliar aspectos jurídicos, riscos e garantias legais antes de autorizar a transferência. Enquanto isso, o detido permanece sob vigilância reforçada em uma unidade prisional de segurança elevada.

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