Rio Bonito do Iguaçu, município de 14 mil habitantes a cerca de 380 km de Curitiba, ainda contabilizava neste domingo (9) mais de mil pessoas fora de suas casas após o tornado que atingiu a cidade na última sexta-feira (7). O levantamento do governo do Paraná inclui desalojados (moradores abrigados em casas de conhecidos) e desabrigados (dependentes de abrigos públicos).
Segundo o boletim estadual, 32 pessoas permaneciam internadas, quatro delas em UTIs, mas sem casos considerados graves. Desde a sexta-feira, 835 atendimentos de saúde foram realizados às vítimas.
O tornado ocorreu durante um ciclone extratropical, que também causou estragos em menor escala no Sudeste do país. Em Rio Bonito do Iguaçu, cinco pessoas perderam a vida:
Julia Kwapis, 14 anos; José Gieteski, 83; Adriane Maria de Moura, 47; Claudino Paulino Risse, 57; e Jurandir Nogueira Ferreira, 49. Uma sexta vítima foi registrada na zona rural de Guarapuava: José Neri Geremias, 53 anos. O governo estadual decretou luto oficial de três dias.
Vitimas do ciclone no Parana (BR). Foto: Reprodução.
Infraestrutura e serviços
A Copel informou que até a manhã deste domingo havia restabelecido 49% da energia na cidade, priorizando unidades essenciais como centros de saúde, postos da Defesa Civil e centros do idoso. Mais de 200 eletricistas e técnicos seguem trabalhando na recuperação da rede elétrica.
A Sanepar confirmou que o abastecimento de água está garantido, mas mantém geradores e caminhões-pipa como suporte, enquanto equipes trabalham no reparo de vazamentos.
Coordenação de resgate
O secretário estadual de Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, o coordenador da Defesa Civil do Paraná, coronel Fernando Schunig, e o subcomandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Jonas Emmanuel Benghi Pinto, permanecem em Rio Bonito do Iguaçu para supervisionar as ações de resgate e reconstrução.
O prefeito Sezar Augusto Bovino (PSD) relatou a destruição dos três maiores mercados da cidade e pediu calma à população:
“Passamos pela parte difícil e agora é a reconstrução”, disse.
Moradores descreveram cenas de destruição em minutos. A comerciante Pâmela Thalia Moretti de Oliveira disse:
“A gente segurava as portas de vidro para não estourar. Todo mundo em choque, gente gritando”.
Zenil Vidal de Vargas contou que seu carro foi atingido por telhas e destroços:
“Encostei o carro, achando que ia proteger, mas não adiantou”.
Reflexos do ciclone
O meteorologista Willians Bini, da Metos Brasil, afirmou que o pior estágio do ciclone extratropical já passou, mas alertou para mar agitado na região Sudeste neste domingo (9).
Em São Paulo, 29 pessoas permaneciam desalojadas, e em Santa Catarina, 32 moradores foram afetados desde sexta-feira, segundo dados das Defesas Civis estaduais.
Faça um comentário