Resolução endossa proposta apresentada pelo governo Trump, autoriza força internacional de estabilização e abre perspectiva para um processo político mais seguro e ordenado no Oriente Médio
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA
O Conselho de Segurança da ONU aprovou na última segunda-feira (17) o plano de paz apresentado pelo governo Trump para a reconstrução de Gaza, após a guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas. A iniciativa, considerada um passo importante para restaurar a estabilidade regional, autoriza a entrada de uma força internacional de estabilização, prevê o desarmamento permanente do Hamas e estabelece diretrizes para um futuro caminho político palestino — desde que com garantias de segurança.
A resolução passou com ampla maioria: 13 votos a favor, nenhuma oposição e apenas duas abstenções, de Rússia e China. Moscou havia apresentado um texto concorrente, mas optou por não vetar a iniciativa norte-americana, apesar de divergências.
A aprovação é vista como crucial para consolidar o frágil cessar-fogo e iniciar, de forma ordenada, a reconstrução de Gaza após dois anos de conflito. Países árabes e muçulmanos que sinalizaram disposição para enviar tropas afirmaram que a autorização do Conselho de Segurança era indispensável para sua participação.
A resolução endossa o plano de cessar-fogo de 20 pontos apresentado pelo presidente Donald Trump, que prevê a criação de um Conselho de Paz como autoridade de transição — um órgão central no processo de reorganização política e administrativa da região. A força de estabilização terá mandato amplo até o fim de 2027, com responsabilidades que incluem supervisão de fronteiras, garantia de segurança e desmilitarização do território.
Hamas rejeita; EUA reforçam diálogo político
Após a votação, o Hamas declarou rejeição total à resolução, afirmando que sua “resistência por todos os meios” continuaria e que não entregaria as armas. Ainda assim, o texto aprovado representa um avanço para os países árabes que exigiam garantias de autodeterminação palestina.
Após negociações intensas, os EUA ajustaram o texto para afirmar que, com reformas na Autoridade Palestina e avanços na reconstrução de Gaza, “as condições poderão finalmente estar reunidas para um caminho crível rumo à autodeterminação e à criação de um Estado palestino”. O plano também prevê um diálogo direto mediado pelos Estados Unidos entre Israel e os palestinos para construir um horizonte político de coexistência.
O apoio árabe foi decisivo: Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Jordânia, Turquia, Indonésia e Paquistão divulgaram nota conjunta com os EUA pedindo rápida aprovação da proposta americana.
A proposta russa e o contexto da guerra
A votação ocorreu enquanto prevalecia a esperança de manutenção do cessar-fogo após o conflito desencadeado pelo ataque do Hamas em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 israelenses. A ofensiva israelense, que já dura mais de dois anos, resultou em dezenas de milhares de mortos em Gaza, segundo números divulgados pelo Hamas — cifras que entidades internacionais utilizam como referência, apesar da falta de distinção entre civis e combatentes.
Na semana anterior, a Rússia apresentou uma proposta alternativa defendendo de forma mais enfática um Estado palestino unificado sob a Autoridade Palestina e pedindo ao secretário-geral da ONU opções para uma força internacional de segurança. O texto russo, no entanto, retirava referências importantes ao Conselho de Transição proposto pelos EUA.
O que o plano americano determina
A resolução aprovou o mandato da força de estabilização, responsável por conduzir o processo de desmilitarização de Gaza e desmontar permanentemente grupos armados não estatais — com foco no Hamas. A força internacional está autorizada a utilizar “todas as medidas necessárias” para cumprir seu mandato, conforme o direito internacional.
O texto também prevê:
- segurança das fronteiras em cooperação com uma força policial palestina treinada pela missão internacional;
- coordenação global para garantir fluxo contínuo de ajuda humanitária;
- colaboração constante com Israel e Egito, vizinhos diretos da Faixa de Gaza;
- retirada gradual das forças israelenses conforme o avanço da estabilização e da desmilitarização, seguindo prazos e critérios acordados entre as partes envolvidas.
A aprovação marca um novo capítulo no esforço internacional para reconstruir Gaza e restabelecer a ordem no Oriente Médio, sob um plano que destaca o protagonismo dos Estados Unidos e sustenta uma visão de segurança e estabilidade duradouras na região.
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