Força-tarefa estadual une segurança e prefeituras para restabelecer a circulação e o direito de ir e vir
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
O Governo do Estado do Rio de Janeiro anunciou, na manhã desta segunda-feira, 17 de novembro de 2025, a Operação Barricada Zero — um plano integrado que visa a remoção de mais de 13 mil barricadas instaladas em vias públicas por grupos criminosos. O objetivo declarado é restituir a mobilidade das comunidades, permitir o retorno de serviços essenciais e reduzir o controle territorial exercido por organizações fora da lei.
A cerimônia de lançamento reuniu representantes do Executivo estadual, prefeitos, comandantes das polícias e outras autoridades locais. Segundo o governo, a ação terá caráter permanente e combinará força policial, maquinário de obras públicas e ações municipais coordenadas para garantir que ruas e acessos sejam liberados de maneira técnica e segura.
“As barricadas representam mais que obstáculos físicos, elas são formas de controle que essas organizações exercem sobre a comunidade. Nosso objetivo é romper essas barreiras, reabrir vias, restabelecer serviços públicos e garantir o direito de ir e vir”, disse o governador Cláudio Castro durante a apresentação.
Por que a operação é necessária
As barricadas são montadas com restos de construção, postes, vergalhões, entulho e, em casos extremos, veículos queimados. Funcionam como bloqueios que impedem a circulação de ambulâncias, transporte público, caminhões de coleta, equipes de reparo e, muitas vezes, até a presença policial. Para moradores, isso representa prejuízos diretos: atrasos no atendimento médico, limitação do acesso ao trabalho e à escola, redução da oferta de serviços e sensação de isolamento.
Como a operação será executada
A Operação Barricada Zero atuará em várias frentes e fases:
1• Mapeamento técnico — equipes do Estado e das prefeituras vão identificar e priorizar os pontos mais críticos, com foco em corredores de emergência (rotas de ambulância), acesso a escolas e corredores comerciais.
2• Aproximação e segurança — ações serão planejadas com avaliação de risco para evitar confrontos, com presença de forças de segurança para garantir proteção das equipes técnicas e da população.
3• Remoção e demolição — uso de máquinas pesadas e kits de corte para desmontar as estruturas, sempre com acompanhamento policial e plano de trânsito alternativo para minimizar transtornos.
4• Recuperação urbana — após a retirada, haverá limpeza, reparos no pavimento, recomposição de sinalização e desobstrução da rede de drenagem, quando necessário.
5• Monitoramento e prevenção — instalação de patrulhamento e mecanismos de vigilância para inibir a reinstalação das barricadas e detectar tentativas de reocupação.
O governo informou que fornecerá kits de demolição e colocará maquinário à disposição dos municípios. Também foi anunciada uma bonificação para policiais que atuarem na retirada e na garantia de que os bloqueios não retornem às ruas.
Quem participa
A operação integrará secretarias estaduais responsáveis por infraestrutura e obras, habitação e cidades, a Empresa de Obras Públicas (EMOP), o Instituto de Segurança Pública, além das polícias Civil e Militar e das prefeituras locais. Cada prefeitura será responsável pela execução prática nas vias sob sua jurisdição, com apoio logístico do Estado.
Áreas prioritárias
Entre os municípios com maior concentração de bloqueios apontados pelo governo estão São Gonçalo e São João de Meriti. Comunidades da Zona Norte e alguns complexos da capital também foram citados como pontos de atenção pela equipe técnica.
Principais riscos e cuidados
Especialistas e autoridades alertam para desafios que cercam a iniciativa:
• Risco de confrontos: operações em áreas sob influência de grupos armados exigem planejamento rigoroso para proteger vidas e evitar escalada de violência.
• Reinstalação rápida: sem presença contínua do Estado, há risco de que barricadas voltem a ser erguidas em dias ou semanas.
• Impacto temporário à população: a própria retirada, se mal comunicada, pode causar transtornos momentâneos (interdições, desvios), por isso a importância de rotas alternativas e canais de informação ao morador.
• Necessidade de obras complementares: muitas ruas desgastadas por anos de bloqueios precisarão de reparos estruturais para que a circulação se normalize de fato.
O que mudará para os moradores
Ao abrir vias e restabelecer rotas, a operação espera:
• Agilizar o atendimento pré-hospitalar e reduzir tempo de resposta de ambulâncias;
• Possibilitar o retorno de linhas de transporte e o deslocamento escolar;
• Facilitar o acesso de comerciantes e fornecedores;
• Permitir a retomada de serviços públicos como coleta de lixo e manutenção urbana.
Sustentabilidade da ação
Autoridades afirmam que o sucesso dependerá não só da remoção física, mas de um plano de médio e longo prazo: manutenção das ruas, policiamento focalizado, programas sociais e ações urbanísticas que impeçam que o vácuo deixado pela retirada das barricadas seja novamente ocupado por criminosos.
Conclusão
A Operação Barricada Zero nasce com promessa ambiciosa: retirar mais de 13 mil barricadas e devolver à população o direito de ir e vir. O desafio é grande, exigindo coordenação interinstitucional, inteligência contínua e compromisso das prefeituras para recuperar os espaços liberados. Se cumprida com força e método, a ação poderá marcar uma mudança perceptível no dia a dia de milhares de moradores afetados pelo fechamento de vias — mas sua efetividade só será mensurável com trabalho de manutenção e presença contínua do estado nas áreas atendidas.
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