Vice-líder do governo no Senado teria recebido recursos de esquema de descontos ilegais em benefícios; PGR e STF barraram pedido de prisão
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA
A Polícia Federal apontou que o senador Weverton Rocha (PDT-MA), vice-líder do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Senado, teria se beneficiado financeiramente de um esquema de fraudes envolvendo descontos associativos irregulares aplicados a aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A informação consta em documentos da nova fase da Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (18). Apesar do pedido de prisão apresentado pela PF, a Procuradoria-Geral da República (PGR) e o Supremo Tribunal Federal (STF) se posicionaram contra a detenção do parlamentar.
PF aponta senador como “beneficiário final” do esquema
De acordo com a representação da Polícia Federal encaminhada ao STF, o senador governista teria atuado como beneficiário final — descrito como “sócio oculto” — de operações financeiras estruturadas pela organização criminosa investigada. Segundo os investigadores, os recursos ou vantagens teriam sido recebidos por meio de terceiros, incluindo pessoas ligadas ao gabinete parlamentar.
O documento afirma ainda que o senador mantinha relações próximas com integrantes do grupo criminoso, responsável por aplicar descontos não autorizados diretamente nos benefícios previdenciários de milhares de segurados do INSS.
Prisão solicitada, mas negada
A Polícia Federal solicitou a prisão preventiva de Weverton Rocha, alegando indícios de envolvimento no esquema e risco à investigação. No entanto, a PGR entendeu que não estavam presentes os requisitos legais para a prisão, como risco concreto de fuga ou de interferência na produção de provas.
Seguindo o parecer do Ministério Público, o ministro André Mendonça, do STF, autorizou apenas mandados de busca e apreensão, que foram cumpridos em endereços ligados ao senador, incluindo sua residência em Brasília.
Operação Sem Desconto
A Operação Sem Desconto investiga um esquema nacional de descontos associativos fraudulentos, aplicados sem autorização em aposentadorias e pensões do INSS. As apurações apontam que associações e entidades teriam faturado bilhões de reais com cobranças indevidas, enquanto milhares de beneficiários recorriam à Justiça para cancelar filiações que nunca autorizaram.
As investigações resultaram em dezenas de mandados judiciais, prisões de operadores do esquema e no afastamento de servidores públicos. O caso também levou à demissão do presidente do INSS e do ministro da Previdência, em fases anteriores da apuração.
Nota do senador
Em nota divulgada por sua assessoria, o senador Weverton Rocha afirmou que recebeu com surpresa a operação de busca em sua residência e declarou que está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos, assim que tiver acesso integral à decisão judicial. O parlamentar nega envolvimento com práticas ilícitas.
Investigação segue em curso
A Polícia Federal e a Controladoria-Geral da União continuam analisando documentos, movimentações financeiras e depoimentos colhidos durante a operação. O STF acompanha o caso, que permanece sob sigilo parcial, e novos desdobramentos não estão descartados.
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