Azeite de oliva extravirgem pode estar associado à redução da gordura abdominal, aponta estudo

Foto: Paloma de Sá
Pesquisa com mais de 16 mil adultos indica relação entre consumo regular do alimento e menores medidas de cintura, mas especialistas alertam que não há comprovação de causa e efeito
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

Um estudo científico recente sugere que o consumo regular de azeite de oliva extravirgem pode estar associado a menores níveis de gordura abdominal, fator diretamente relacionado ao risco de doenças cardiovasculares e metabólicas. A pesquisa foi conduzida por cientistas italianos e publicada na revista científica internacional Frontiers in Nutrition.

A análise envolveu 16.273 adultos, que responderam a um questionário online com informações sobre hábitos alimentares, estilo de vida, peso corporal, índice de massa corporal (IMC) e circunferência da cintura. De acordo com os dados, participantes que relataram consumo frequente de azeite extravirgem apresentaram, em média, IMC mais baixo e menor circunferência abdominal em comparação aos que consumiam o produto de forma esporádica ou não o utilizavam.

A gordura abdominal, especialmente a visceral, é considerada um importante marcador de risco para a chamada síndrome metabólica, condição caracterizada por alterações nos níveis de glicose, colesterol e triglicerídeos, além de hipertensão arterial. O excesso desse tipo de gordura está associado a processos inflamatórios que aumentam a probabilidade de doenças crônicas.

Apesar dos resultados, especialistas destacam que o estudo apresenta limitações metodológicas. Trata-se de uma pesquisa observacional, baseada em informações autodeclaradas pelos próprios participantes, o que pode gerar imprecisões. Além disso, esse tipo de estudo não permite afirmar que o azeite seja o responsável direto pela redução da gordura abdominal.

“O trabalho aponta uma associação, mas não estabelece uma relação de causa e efeito. Para isso, seriam necessários ensaios clínicos controlados, considerados o padrão-ouro da pesquisa científica”, explicam nutricionistas ouvidos pela reportagem.

Ainda assim, os achados reforçam evidências já conhecidas sobre os benefícios do azeite de oliva extravirgem, alimento central da dieta mediterrânea, padrão alimentar amplamente associado à redução do risco cardiovascular e à melhora de marcadores metabólicos.

O azeite extravirgem é rico em ácidos graxos monoinsaturados, principalmente o ácido oleico, além de compostos antioxidantes, como os fenólicos, que exercem papel importante na proteção das artérias e no controle da inflamação. Para preservar essas propriedades, especialistas recomendam utilizá-lo preferencialmente em preparações frias ou adicioná-lo ao final do preparo dos alimentos.

Nutricionistas reforçam, no entanto, que não existe alimento isolado capaz de promover emagrecimento ou reduzir gordura abdominal. Os possíveis benefícios do azeite dependem do conjunto da alimentação e do estilo de vida, que inclui prática regular de atividade física, sono adequado e controle do estresse.

O estudo contribui para ampliar o debate sobre o papel das gorduras saudáveis na alimentação e reforça a importância de escolhas conscientes, baseadas em evidências científicas e no equilíbrio alimentar.

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