Brasil firma acordo estratégico com o Reino Unido para acelerar incorporação de tecnologias em saúde

Parceria amplia cooperação em ciência, inovação e saúde digital, fortalece a Avaliação de Tecnologias em Saúde e inclui integração de ferramentas de Inteligência Artificial
Por Paloma de Sá |GNEWSUSA

O Brasil assinou nesta terça-feira, em Londres, um acordo estratégico com o Reino Unido para aprimorar a Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS) e impulsionar a incorporação qualificada de inovações no Sistema Único de Saúde. A parceria reúne a Conitec e o instituto britânico NICE para desenvolver práticas conjuntas, aprimorar modelos de acesso a tratamentos e integrar ferramentas de Inteligência Artificial aos processos de decisão.

O Ministério da Saúde formalizou um novo marco de cooperação internacional ao estabelecer parceria com o National Institute for Health and Care Excellence (NICE), referência global em avaliação de tecnologias e políticas de saúde. O documento foi assinado no dia 9 de dezembro, durante missão oficial no Reino Unido, e consolida o compromisso bilateral de fortalecer decisões baseadas em evidências e garantir maior segurança e sustentabilidade na incorporação de novas terapias ao SUS.

A iniciativa ocorre em um momento em que sistemas públicos ao redor do mundo enfrentam pressões crescentes diante do avanço de medicamentos altamente complexos, terapias genéticas e soluções digitais. Para o Brasil, a colaboração representa uma oportunidade estratégica de absorver práticas consolidadas do NICE, especialmente no campo da análise de custo-efetividade e negociação de preços.

Segundo a secretária de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde, Fernanda De Negri, a parceria tem potencial para aperfeiçoar a governança das decisões que impactam milhões de pacientes. “Com tecnologias cada vez mais complexas e caras, a avaliação rigorosa se torna essencial para decisões responsáveis. O Reino Unido possui experiência valiosa em negociação de preços e modelos de acesso que equilibram inovação e sustentabilidade”, afirmou.

O acordo deriva de uma carta de intenções firmada entre os dois países em outubro deste ano. O documento reconhece Brasil e Reino Unido como parceiros estratégicos em áreas como ciência, tecnologia, inovação e saúde digital. Também reforça o papel central da ATS para ampliar o acesso seguro e sustentável às novas tecnologias de saúde.

Cooperação técnica e maior transparência

A parceria prevê um conjunto amplo de ações, incluindo a criação de diretrizes, intercâmbio de especialistas, missões técnicas e participação conjunta em comitês. O objetivo é fortalecer a capacidade técnica da Conitec e aprimorar fluxos internos de avaliação, garantindo maior previsibilidade e eficiência no processo de decisão.

Um dos eixos prioritários é o aumento da transparência e a melhoria da gestão de conflitos de interesse nas análises conduzidas pelos órgãos brasileiros, prática já incorporada pelo NICE e reconhecida internacionalmente. Para o Ministério da Saúde, isso contribuirá para ampliar a confiança pública nas decisões de incorporação de tecnologias.

Inteligência Artificial entra na agenda

Outro destaque do acordo é a cooperação para uso de Inteligência Artificial na avaliação de tecnologias. O foco inicial será o aprendizado técnico e o desenvolvimento de oficinas práticas que permitam ao Brasil integrar algoritmos e ferramentas de análise automatizada aos processos de ATS, reduzindo prazos e aumentando a precisão das recomendações.

Além disso, a parceria busca mapear o ecossistema britânico de inovação em saúde, compreender o funcionamento das relações entre pesquisa, regulação e avaliação, e identificar caminhos para acelerar o acesso de pacientes brasileiros a novos tratamentos sem comprometer a sustentabilidade financeira do SUS.

Perspectivas

Com o acordo, o governo brasileiro sinaliza uma estratégia de longo prazo para modernizar as decisões de incorporação de tecnologias e fortalecer a atuação da Conitec diante dos desafios impostos pelas rápidas transformações da medicina contemporânea.

As equipes técnicas dos dois países devem iniciar, ainda nos próximos meses, o cronograma de trabalho conjunto, que inclui oficinas, visitas técnicas e elaboração de protocolos integrados.

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