Mais da metade das ordens de expulsão emitidas em 2024 e 2025 envolve cidadãos brasileiros; governo português pretende acelerar afastamentos com nova lei
Por Chico Gomes | GNEWSUSA
Os brasileiros seguem no topo das expulsões de imigrantes em Portugal, representando mais da metade das 411 ordens emitidas entre 2024 e 2025. No período, 236 brasileiros tiveram processos de afastamento — número que subiu de 101 no ano passado para 135 neste ano, um crescimento de 33%.
De acordo com informações, esses procedimentos integram a política de controle migratório conduzida pela Polícia de Segurança Pública (PSP). Somente em 2024, brasileiros foram alvo de quase 90% das notificações para abandono forçado do país. Até novembro de 2025, a PSP afastou 386 imigrantes, sendo 35% brasileiros.
As expulsões ocorrem após a emissão da notificação para abandono voluntário em 20 dias — mecanismo que também enfrenta entraves burocráticos. Em 2025, foram 556 notificações, das quais 238 resultaram em processos de afastamento obrigatório. Os dados foram divulgados por Paulo Ornelas Flor, diretor da Unidade Central de Retorno e Readmissão, conhecida como a “polícia de imigração”.
A morosidade administrativa tem afetado até mesmo quem recebeu apenas a ordem de abandono voluntário, como o músico Ivo Silva de Souza, o primeiro brasileiro a ter sua notificação confirmada oficialmente pela PSP dentro da recente onda de avisos. Ele criticou a longa espera — o processo se arrasta há quase um ano — e o fato de estar impedido de deixar o país enquanto aguarda um desfecho.
O atual governo de centro-direita, liderado pela Aliança Democrática, pretende acelerar os afastamentos e propõe extinguir o prazo de 20 dias para saída voluntária. A medida faz parte da nova lei de expulsão que está em tramitação no Parlamento — considerada a terceira e última etapa da trilogia anti-imigração defendida pelo governo.
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