Região pretende reduzir pela metade a população de javalis após 13 casos confirmados da doença e risco crescente para o setor agropecuário
Por Tatiane Martinelli |GNEWSUSA
O governo da Catalunha, no nordeste da Espanha, anunciou que pretende cortar pela metade a população de javalis selvagens após a confirmação de 13 casos de peste suína africana (PSA) nesses animais. O surto foi identificado no fim de novembro dentro do Parque Natural de Collserola, na área metropolitana de Barcelona.
Durante audiência no Parlamento regional, o conselheiro de Agricultura, Òscar Ordeig, detalhou que o plano prevê o abate de mais de 60 mil javalis, já que a população atual é estimada em cerca de 125 mil animais.
Testes recentes, feitos na terça-feira, confirmaram que a doença não atingiu nenhuma das 55 granjas de suínos localizadas num raio de 20 km do foco inicial. Até agora, permanecem apenas os 13 casos em javalis, sem novos registros.
Mesmo antes da PSA, a sobrepopulação de javalis já era motivo de preocupação para ambientalistas, agricultores e o setor de transporte. Para enfrentar o cenário, o governo formou um grupo de trabalho com órgãos públicos, representantes de caçadores e entidades setoriais.
A Catalunha registra hoje 6,3 javalis por km², e a meta é reduzir esse número para, no máximo, quatro — o que exige eliminar cerca de 50% da população. Segundo o governo, os animais representam riscos significativos: estão ligados a 90% dos acidentes envolvendo fauna, transmitem doenças e causam grandes prejuízos agrícolas.
Após a confirmação da PSA, milhares de militares, policiais e equipes ambientais foram mobilizados para contenção, captura, monitoramento e desinfecção. A Espanha não registrava casos da doença desde 1994.
A peste suína africana não oferece risco aos humanos, mas é altamente contagiosa e letal entre suínos e javalis. O impacto econômico é amplo: a Espanha é o maior produtor de carne suína da União Europeia, exportando cerca de 8,8 bilhões de euros por ano, e aproximadamente 40 países suspenderam temporariamente as importações do produto.
O governo espanhol também investiga a possibilidade de o foco ter origem em um laboratório, hipótese levantada após as primeiras análises.
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