Cientistas sul-coreanos avançam em pesquisa com adesivo de microagulhas para regeneração dentária

Universidade de Seoul - Regeneração Dental
Tecnologia ainda experimental desperta grande interesse público, mas especialistas alertam que não há evidências de eficácia comprovada em humanos
Por Paloma de Sá | GNEWSUSA

Uma pesquisa realizada na Coreia do Sul reacendeu o debate sobre terapias regenerativas na odontologia ao apresentar um protótipo de adesivo de microagulhas capaz de estimular a reparação de tecidos dentários. Embora os resultados iniciais sejam promissores em testes laboratoriais e pré-clínicos, não existe, até o momento, validação científica que comprove a regeneração de dentes em humanos.

Pesquisadores da Faculdade de Odontologia da Universidade Nacional de Seul divulgaram um estudo envolvendo um adesivo de microagulhas projetado para administrar substâncias capazes de ativar células-tronco dentárias. A proposta, ainda em fase experimental, pretende futuramente oferecer alternativas menos invasivas para pequenos danos no esmalte e em lesões iniciais de cárie.

O dispositivo foi desenvolvido para ser aplicado na gengiva durante cerca de 20 minutos por dia. Nele, microagulhas praticamente indolores liberam compostos bioativos, entre eles o medicamento tideglusibe e fatores de crescimento. Esses agentes têm a função de estimular células-tronco dentárias que permanecem inativas na maior parte do tempo.

Os resultados apresentados pelos pesquisadores referem-se a modelos laboratoriais e testes pré-clínicos. Entre as observações registradas, foram mencionadas resposta favorável em lesões pequenas e sinais de reparo em estruturas dentárias, mas não há qualquer comprovação de que o adesivo regenere dentes inteiros ou esmalte em humanos, tampouco evidência de formação de novos dentes funcionais.

Cientistas especializados em odontologia regenerativa afirmam que o estudo representa um avanço significativo no campo, mas reforçam a necessidade de cautela. Pesquisas iniciais costumam envolver amostras reduzidas e condições altamente controladas, o que impede generalizações para o uso clínico imediato. Para que um tratamento como esse seja considerado seguro e eficaz, seriam necessários ensaios clínicos em larga escala, conduzidos ao longo de vários anos, além de aprovação por órgãos reguladores internacionais.

Outro ponto destacado por profissionais é a necessidade de investigar a durabilidade do tecido regenerado e os potenciais efeitos colaterais da estimulação de células-tronco, especialmente em estruturas tão sensíveis quanto os dentes. A longo prazo, apenas análises clínicas robustas poderão determinar se a tecnologia conseguirá substituir métodos tradicionais como restaurações, endodontias e implantes.

Apesar do entusiasmo gerado nas redes sociais, a comunidade científica pontua que o adesivo não oferece solução para quadros graves, como infecções avançadas, perda óssea severa ou doenças periodontais. Esses casos continuarão demandando intervenções convencionais.

Ainda assim, especialistas consideram que o estudo sul-coreano contribui para o avanço de abordagens biológicas na odontologia, um campo que cresce rapidamente em todo o mundo. A expectativa é que pesquisas futuras ampliem o entendimento sobre a capacidade de regeneração dentária e viabilizem tecnologias menos invasivas e mais acessíveis. Até lá, o adesivo permanece como uma promessa em desenvolvimento — e não como um tratamento disponível ao público.

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