Laudo da Polícia Federal confirma gravidade do quadro e aponta necessidade de procedimento imediato para correção de hérnia inguinal bilateral
Por Ana Raquel |GNEWSUSA
Os advogados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) protocolaram nesta terça-feira (23) um pedido formal ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), solicitando autorização para que Bolsonaro seja liberado temporariamente da custódia da Polícia Federal, em Brasília, para realizar uma cirurgia considerada urgente por perícia oficial.
Segundo a defesa, a internação está prevista para a véspera de Natal, dia 24, com a cirurgia marcada para o dia 25 de dezembro. O procedimento visa a correção de uma hérnia inguinal bilateral, diagnóstico confirmado por laudo médico da própria Polícia Federal, o que reforça a gravidade do quadro clínico do ex-presidente.
O pedido é assinado pelos advogados Celso Vilardi, Paulo Amador e Daniel Tesser, que alegam risco concreto à saúde de Bolsonaro caso o procedimento seja adiado.
Perícia da PF confirma urgência
A solicitação da defesa foi respaldada por uma perícia médica realizada pela Polícia Federal no último dia 17, nas dependências do Instituto Nacional de Criminalística, em Brasília. O exame foi determinado pelo próprio ministro Alexandre de Moraes, após sucessivos pedidos da defesa para avaliação das condições de saúde do ex-presidente.
No laudo encaminhado ao STF na sexta-feira (19), os peritos confirmaram a necessidade do procedimento cirúrgico e alertaram para o agravamento do quadro clínico. Além da hérnia bilateral, Bolsonaro apresenta soluços persistentes, insônia, piora do sono e da alimentação, fatores que, segundo os médicos, aumentam o risco de complicações.
O documento destaca ainda que o adiamento da cirurgia pode acelerar problemas decorrentes do aumento da pressão intra-abdominal, tornando o quadro potencialmente mais grave.
“Quanto à tempestividade do procedimento, esta Junta Médica entende que deve ser realizado o mais breve possível”, conclui o laudo oficial.
Os peritos também consideraram tecnicamente pertinente um possível bloqueio do nervo frênico para tratamento dos soluços, caso o quadro persista.
Pedido de saída temporária e debate sobre regime domiciliar
A defesa de Bolsonaro tem insistido na possibilidade de transferência para o regime domiciliar, alegando que o estado de saúde do ex-presidente é incompatível com a permanência prolongada sob custódia policial. Até o momento, no entanto, o pedido aguarda decisão do STF.
O caso reacende o debate sobre tratamento humanitário de presos, especialmente quando há laudos médicos oficiais apontando urgência clínica, além de levantar questionamentos sobre a condução das decisões judiciais envolvendo o ex-presidente.
Bolsonaro não dará entrevistas
Por orientação médica e jurídica, Jair Bolsonaro não concederá entrevistas nesta terça-feira, mantendo-se em repouso e seguindo recomendações da equipe médica enquanto aguarda a decisão do ministro Alexandre de Moraes.
Aliados do ex-presidente avaliam que o caso evidencia uma contradição entre o discurso de garantias legais e humanitárias e a prática adotada em relação a Bolsonaro, mesmo diante de pareceres técnicos da própria Polícia Federal.
A decisão do STF sobre a liberação temporária para cirurgia deve ocorrer nas próximas horas, dada a proximidade das datas previstas para internação e procedimento cirúrgico.
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