Operação em águas internacionais mira cumprimento de sanções e combate ao financiamento de atividades ilícitas
Por Schirley Passos|GNEWSUSA
Os Estados Unidos apreenderam no último sábado (20) um segundo petroleiro que transportava petróleo venezuelano em águas internacionais, em uma operação destinada a reforçar o cumprimento de sanções internacionais e a combater o financiamento de atividades ilícitas na região.
A ação ocorre dias após o presidente Donald Trump anunciar um bloqueio total a embarcações ligadas ao comércio de petróleo do regime de Nicolás Maduro.
A operação foi confirmada pela secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, que informou que a Guarda Costeira americana atuou com apoio do Departamento de Defesa. Segundo ela, a iniciativa faz parte de um esforço coordenado para impedir o transporte de petróleo sancionado, utilizado, de acordo com Washington, para sustentar redes criminosas e o narcotráfico no Caribe e na América Latina.
“Os Estados Unidos continuarão a interromper o movimento ilegal de petróleo sancionado que financia o narcoterrorismo na região”, afirmou Noem em publicação nas redes sociais.
Autoridades americanas destacam que a apreensão ocorreu em águas internacionais, dentro das prerrogativas legais dos EUA para fiscalizar o cumprimento de sanções impostas ao regime venezuelano.
A medida busca enfraquecer a principal fonte de receita do governo de Maduro, considerado ilegítimo por Washington após denúncias de fraude eleitoral, repressão política e violações sistemáticas de direitos humanos.
O governo venezuelano reagiu com críticas e acusações, classificando a operação como “sequestro”. Para os Estados Unidos, no entanto, a ação está alinhada ao direito internacional e às normas que regem sanções econômicas, além de proteger a segurança regional.
O navio apreendido transportava petróleo venezuelano e operava sob bandeira panamenha. Ainda que não estivesse listado publicamente entre os petroleiros sancionados, autoridades americanas avaliam que o transporte fazia parte de uma rede de exportações usada para contornar sanções internacionais, muitas vezes com apoio de intermediários estrangeiros.
Esta foi a segunda apreensão de um petroleiro nas últimas semanas, em meio ao aumento da presença militar dos EUA no Caribe. No início de dezembro, outra embarcação foi interceptada em operação semelhante. À época, Trump afirmou que os Estados Unidos agiram para proteger seus interesses estratégicos e a estabilidade regional.
Analistas ouvidos por veículos internacionais avaliam que o cerco às exportações de petróleo é uma das ferramentas mais eficazes para pressionar o regime de Maduro a aceitar uma transição política. A economia venezuelana depende fortemente da venda da commodity, e o bloqueio reduz a capacidade do governo de financiar estruturas repressivas e alianças com grupos criminosos.
Apesar de críticas de alguns líderes latino-americanos, aliados dos EUA defendem que a pressão internacional é necessária diante do agravamento da crise humanitária, política e institucional na Venezuela. O presidente da Argentina, Javier Milei, elogiou a postura firme de Washington e classificou o governo Maduro como uma ditadura que ameaça a estabilidade da região.
Para o governo americano, as apreensões reforçam o compromisso dos EUA com o combate ao crime transnacional, a defesa da democracia e a proteção das rotas marítimas internacionais, em um contexto de crescente instabilidade no Caribe e na América do Sul.
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