EUA avaliam exigir histórico de redes sociais de viajantes

Proposta amplia controle de entrada no país e inclui cinco anos de atividade online e dados familiares
Por Tatiane Martinelli | GNEWSUSA

Quem pretende viajar para os Estados Unidos em breve pode enfrentar um processo de entrada muito mais rigoroso. O governo americano está estudando exigir que visitantes forneçam o histórico completo de atividades nas redes sociais dos últimos cinco anos, segundo proposta apresentada nesta terça-feira pela Agência de Alfândega e Proteção de Fronteiras (CBP). A medida representaria uma mudança profunda nos critérios de segurança adotados na imigração.

De acordo com as informações divulgadas, cidadãos de países como Reino Unido, França, Alemanha e Coreia do Sul só poderão ingressar nos EUA após uma análise minuciosa de suas contas e interações digitais. A mudança afetaria não apenas participantes do programa de isenção de visto, mas também diversos outros perfis de viajantes.

Hoje, cidadãos de 42 países podem permanecer nos Estados Unidos por até 90 dias sem visto, mediante autorização eletrônica (ESTA). O formulário atual exige dados básicos — e-mail, endereço, telefone e contato de emergência — válidos por dois anos.

A proposta, porém, amplia consideravelmente o escopo. O CBP pretende solicitar:

  • nomes de usuários e links de redes sociais
  • endereços de e-mail utilizados nos últimos dez anos
  • nomes, datas de nascimento e locais de residência de pais, filhos, irmãos e cônjuges

A agência também propõe a criação de uma taxa extra de 250 dólares, chamada “taxa de integridade de visto”. Quem vem de países isentos de visto não precisaria pagá-la, mas ainda seria obrigado a fornecer todas as informações solicitadas.

Essas novas exigências se somariam a protocolos já aplicados a determinados tipos de visto — como o H-1B, o de estudante e o de pesquisador — que incluem análise prévia de redes sociais.

Para especialistas, a proposta representa um marco. Bo Cooper, da consultoria de imigração Fragomen, descreveu a iniciativa como uma “mudança de paradigma”, destacando que o foco deixaria de ser apenas a busca por indícios concretos de crime, passando a avaliar o conteúdo que os indivíduos publicam.

Organizações de direitos digitais reagiram com preocupação. A Electronic Frontier Foundation criticou duramente o plano, afirmando que essa forma de vigilância obrigatória ameaça liberdades civis, não demonstrou eficácia na identificação de criminosos e ainda compromete a privacidade de viajantes e de pessoas próximas a eles.

LEIA TAMBÉM:

https://gnewsusa.com/2025/12/lesao-afasta-militao-do-real-madrid-e-da-preparacao-para-a-copa-do-mundo/

https://gnewsusa.com/2025/12/ice-emite-pedido-de-detencao-contra-imigrante-ilegal-acusado-de-tentativa-de-homicidio-em-trem-na-carolina-do-norte/

https://gnewsusa.com/2025/12/barco-com-imigrantes-naufraga-na-grecia-e-17-morrem/

Seja o primeiro a comentar

Faça um comentário

Seu e-mail não será publicado.


*